Recuperação do Rio São Francisco é realizado no sertão de Pernambuco
As medidas foram adotadas pela AMMA para melhorar a qualidade da água O Rio São Francisco tem sofrido com a seca no Sertão de Pernambuco. Em alguns pontos, a profundidade não passa dos 50 centímetros. O problema tem gerado impactos como a dificuldade para navegação e diminuição na quantidade de peixes. “A navegação está muito […]
Postado em 10/10/2018 2018 12:02 , Política. Atualizado em 13/10/2018 01:41
As medidas foram adotadas pela AMMA para melhorar a qualidade da água
O Rio São Francisco tem sofrido com a seca no Sertão de Pernambuco. Em alguns pontos, a profundidade não passa dos 50 centímetros. O problema tem gerado impactos como a dificuldade para navegação e diminuição na quantidade de peixes.
“A navegação está muito crítica que para navegar hoje com esse rio seco, até pedra dentro do canal já tem. Nasce mato no meio do canal, quase não tá dando pra navegar. Os peixes, muito ruim porque só tem areia no meio do rio. O peixe que é para subir para cá para desovar não desova, porque vão comer o que? Só areia no meio do rio”, lamenta o pescador Florisvaldo Feitoza.
De acordo com o Engenheiro de Pesca, Daniel Amaral, os peixes têm morrido porque não há mais oxigênio suficiente na água baixa do rio. “Ambientes onde existem uma grande quantidade de material orgânico são ambientes favoráveis para ao desenvolvimento de algas. Essa algas vão competir diretamente com os peixes por oxigênio e o ambiente vai se tornar impróprio para a ocorrência desses animais”.
Para mudar esta situação, a Marinha do Brasil e a Agência Municipal do Meio Ambiente de Petrolina (AMMA) realizam uma força tarefa para recuperar o rio mais importante do Nordeste. A equipe de pesquisadores coleta amostras do rio todos os meses para analisar a qualidade da água, as condições de navegação e quais pontos estão propícios para o banho. Além disso, ações de revitalização são realizadas para tentar restabelecer o equilíbrio ecológico. Os trabalhos têm um investimento de 1 milhão de reais e são desenvolvidos em um trecho de 4 km, entre os municípios de Petrolina, em Pernambuco e Juazeiro, na Bahia.
“A gente tem mapeado os pontos onde tem surgido novos perigos para navegação, surgimento de bancos de areia, bancos de cascalho e demandam sempre do navegador e do condutor das embarcações uma atenção ainda maior e cuidados redobrados para operar com sua embarcação”, explicou o Agente Fluvial da Marinha, Silvio Miranda.
O trabalho da equipe já apresenta resultados. As amostras mais recentes mostram que com menos material orgânico, a oxigenação e a qualidade da água melhoraram. “Já é possível ser utilizada sem tanto perigo, tanto para o banho, quanto para beber, quanto para os animais. Mas a gente sabe que o trabalho precisa continuar. É uma coisa muito mais longa, mas que já houve uma melhora considerável”, avaliou a Perita Ambiental, Clecia Pacheco.
*Com informações de Paulo Ricardo Sobral, TV Grande Rio