
Festival Mimo Completa 15 anos e será realizado entre os dias 23 e 25 deste mês em Olinda (PE).
O Mimo deste ano vai contar com patrocínio quase que exclusivo do Bradesco
Postado em 06/11/2018 2018 12:57 , Cultura. Atualizado em 06/11/2018 13:09
Imagem. Divulgação
Com a perda de dois grandes patrocinadores o Festival Mimo deste ano esteve perto de não ser realizado. Graças ao jogo de cintura e determinação de sua idealizadora e produtora Lu Araujo, que operacionalizou um processo de remanejamento de recursos, o festival deste ano está garantido com a participação de Tom Zé e palestinos da 47 soul entre as atrações confirmadas.
Histórico
Nos últimos dias de setembro, quando transitava entre um show e outro da edição do Mimo na cidade de Paraty, litoral do Rio de Janeiro, Lu Araújo, idealizadora e produtora do festival nascido em Olinda, recebeu um telefonema que a obrigou a mudar de direção: “Foi um choque, mas segurei a pancada e não contei para ninguém da equipe, não podia baixar os ânimos”. Do outro lado da linha, a notícia: dois dos grandes patrocinadores haviam desistido de bancar o festival – que, além de cinco cidades brasileiras, acontece na cidade portuguesa de Amarante. Faltou pouco para Olinda deixar de ter o festival justamente quando completa o aniversário de 15 anos. “Por muito pouco, Olinda fica sem o Mimo. Seria tristíssimo. Foi em Olinda que o festival surgiu e se projetou”, diz a produtora, assegurando: “O Mimo está garantido”.
O Mimo deste ano vai contar com patrocínio quase que exclusivo do Bradesco, além de um aporte de R$ 200 mil do governo do estado.
PROGRAMAÇÃO
O Mimo de 15 anos
O Mimo retoma a programação no sábado. Na Igreja do Carmo (19h), contemplado pelo Prêmio Mimo Instrumental, se apresenta Bruno Sanches Brasil. Na Igreja da Sé (20h30), o Egberto Gismonti Quarteto Brasil faz seu concerto. Umas das grandes apostas deste festival é a banda 47 Soul, a mundialmente consagrada banda palestina de hip hop, dona de um discurso incisivo sobre as questões de identidade e território da Palestina e uma de uma sonoridade sui generis: sintetizadores, baterias, guitarras e percussão árabe, o grupo é notório pelo shamstep, uma fusão de elementos eletrônicos com o dabke, a música tradicional árabe. Depois, o palco é do paulistano Emicida.
No domingo, a festa é feita pela prata da casa: a diva Lia de Itamaracá (18h) e a Banda Eddie defendo seu “Original Olinda Style”. “Vai ser um dia de festa, pra botar todo mundo pra dançar”, ela diz. Neste dia, a programação acaba mais cedo. Também pela segurança: ano passado, a polícia dispersou com violência o grupo que ainda dançava na praça após o fim das apresentações, o que quase maculou a imagem do festival. “Já tivemos conversas com a Prefeitura e a Polícia Militar para garantir a devida segurança do público na dispersão”, ela diz.
Com o Mercado Eufrásio Barbosa reformado, seu Teatro Santa Cruz será utilizado também para o Festival Mimo Cinema. São 19 filmes, entre eles, o inédito Pesado – Que som é esse que vem de Pernambuco?, de Leo Crivellare, sobre o encontro do metal com a música local e, grande convidado desta edição,They say I’m different, sobre a rainha do funk, Betty Davis. O diretor britânico Phil Cox vem para a estreia do filme no Brasil – justamente no Mimo que, sim, está garantido às vésperas.