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Pernambuco, 07 de dezembro de 2024

Agronegócios

Alimento animal, um grande negócio por Geraldo Eugênio

Logo se viu que para serem mais produtivos os animais necessitavam de cuidado, proteção, alimento e água. Sem esses componentes não vinha o leite esperado ou o iogurte, o queijo, o bife ou a pele. Foi daí que se chegou a conclusão que animal bom é animal sadio, bem alimentado e de boa genética. Nasceu aí uma área específica do conhecimento humano, a ciência animal, conhecida entre nós como zootecnia, a cada dia mais valorizada. Há um outro componente a se considerar, no caso dos nossos Sertões, que é a relação entre o homem e o animal. Quando o rebanho é quase parte da família.

Postado em 15/04/2021 2021 11:25 , Agronegócios. Atualizado em 15/04/2021 11:25

Colunista

Geraldo Eugênio Eng. Agrônomo e pesquisador do IPA

Fábricas de carne, leite e ovos

Os animais produtivos foram domesticados há milhares de anos. Sempre com propósitos definidos. Inicialmente o cavalo era criado pelas tribos da Ásia Central visando a carne e o leite. Tempos depois viram que para locomover-se rápido não havia nada igual e passou um animal de montaria, embora em algumas regiões continue sendo produtor de carne. No caso dos jumentos, carne e leite. Já o bovino, sempre foi visto como produtor de leite, carne e pele, o mesmo se aplicando ao caprino e e ao ovino. Já a galinha se tornou a grande provedora de carne e ovos.

O que faz um animal ser produtivo

Logo se viu que para serem mais produtivos os animais necessitavam de cuidado, proteção, alimento e água. Sem esses componentes não vinha o leite esperado ou o iogurte, o queijo, o bife ou a pele. Foi daí que se chegou a conclusão que animal bom é animal sadio, bem alimentado e de boa genética. Nasceu aí uma área específica do conhecimento humano, a ciência animal, conhecida entre nós como zootecnia, a cada dia mais valorizada. Há um outro componente a se considerar, no caso dos nossos Sertões, que é a relação entre o homem e o animal. Quando o rebanho é quase parte da família.



E lá vem a seca tentando se aproximar, novamente

Para perturbar a harmonia, lá vem nossa irmã inconveniente, prometendo chuvas tardias, irregulares e pouco água. Isto bate fundo e nosso criador fará de tudo para manter seus animais ´de estimação´, inclusive investindo sem sequer fazer uma simples conta, na compra de feno, silagem, palma forrageira e concentrado.

Um novo negócio agrícola

Isto fez com que alguns bons observadores chegassem a conclusão que tão importante quanto contar com os animais é produzir alimento para eles. Desde o período anterior de secas, entre 2012 e 2018, algumas desses segmentos organizaram-se. O do milho para silagem com espiga ou não passou a ser popular em áreas irrigadas bem como o grão e o farelo de milho na ração das vacas em lactação e na avicultura. Vive-se um momento estranho, quando a saca desse cereal chega próximo a cem Reais. 

Uma outra espécie tornou-se um objeto de compra e venda, a palma forrageira. Não sendo a toa que um hectare de palma, com dois anos, é comercializado a dez mil reais o hectare. Esta é a cotação vigente no Agreste e Sertão pernambucano. Chega-se a conclusão que a pecuária sertaneja também passa por um processo de segmentação em áreas distintas como genética, sanidade, insumos, sanidade e alimento. Ainda há muito o que se avançar, mas a compra de alimento se tornou algo comum para os pecuaristas e avicultores regionais e a cada dia consolida-se como um bom negócio para o Agreste e para o Sertão do estado.

Quem é Geraldo Eugênio: Engenheiro Agronômo, com mestrado na Índia e doutorado e pós-doutorado nos na Texas A&M University, Estados Unidos, é pesquisador do IPA e colaborador da empresa Inovate Consultoria & Projetos Ltda. Foi secretário de agricultura de Pernambuco, Presidente do IPA, do ITEP e Diretor Executivo da Embrapa. Viveu parte de sua vida em Serra Talhada, dedicando-se à agricultura de sequeiro e no Vale do São Francisco, quando liderou o programa de Hortaliças, do IPA. Atualmente tem acompanhado de forma direta políticas, tecnologias e iniciativas de gestão de secas, no Brasil e no exterior. Considera essencial entender melhor o Sertão, visualizando-o como um grande ambiente de negócios e sucesso.