A importância da fruticultura na geração de empregos no Vale do São Francisco
Os números mostram a força do Vale na geração de emprego . Em um cenário desafiador como o atual surge a notícia muito importante de que Petrolina/PE e Juazeiro/BA fecharam o mês de março com saldo positivo de geração de empregos, segundo o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A cidade pernambucana gerou 3.348 empregos formais e ocorreu a demissão de 2.243 trabalhadores, levando a um saldo positivo de 1.105 empregos em um mês. Do lado baiano do rio São Francisco foram 1.392 empregos criados e 1.050 demissões, gerando um saldo positivo de 342 novos empregos.
Postado em 08/05/2021 2021 07:00 , Economia. Atualizado em 08/05/2021 09:04
Os problemas da pandemia impactam a economia
Os problemas na área da saúde impactam diretamente na economia. Estamos convivendo com um dólar muito valorizado que por um lado ajuda nas exportações mas, por outro lado, tem aumentado os custos de produção de todos os setores de forma generalizada e isto tem aumentado os índices de inflação. As famílias percebem claramente o quanto os aumentos têm corroído o seu poder aquisitivo e buscado alterar seus padrões de consumo, ajustando a nova realidade.
Em um cenário desafiador como o atual surge a notícia muito importante
Em um cenário desafiador como o atual surge a notícia muito importante de que Petrolina/PE e Juazeiro/BA fecharam o mês de março com saldo positivo de geração de empregos, segundo o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A cidade pernambucana gerou 3.348 empregos formais e ocorreu a demissão de 2.243 trabalhadores, levando a um saldo positivo de 1.105 empregos em um mês. Do lado baiano do rio São Francisco foram 1.392 empregos criados e 1.050 demissões, gerando um saldo positivo de 342 novos empregos.
Os números falam por si só no Vale
Em relação as contratações, 46,3% (1.550) dos empregos gerados em Petrolina/PE ocorreram no setor agropecuário, 17,7% (594) no comércio, 6,7% (225) na construção e 6,5% (217) na saúde. Estes quatro setores geraram 77,2% de todos os empregos na cidade pernambucana em março. Do lado das demissões, 33,4% (750) foram no setor agropecuário, 25,1% (564) no comércio, 8,6% (192) em atividades administrativas e 8,1% (181) na construção. Assim, estes quatro geraram 75% das demissões. Em termos líquidos, então, a agropecuária tem saldo positivo de 800 empregos, o comércio de 30 e a construção de 44 e a saúde de 115 pessoas trabalhando, no mês de março.
Em Juazeiro/BA o cenário é semelhante, 44,1% (614) dos empregos gerados ocorreram na agropecuária, 22,8% (317) no comércio, 7,8% (109) na indústria de transformação e 6,7% (93) na construção. Assim, estes quatro setores geraram 81,4% de todos as ocupações na cidade baiana. Em Juazeiro/BA 31,8% das demissões ocorreram na agropecuária (334), gerando um saldo positivo de 280 empregos. No comércio ocorreram 330 demissões (31,4%), ou seja, um saldo negativo de 13 empregos. A indústria de transformação com 13% (137) do total de demissões também deixa um déficit de 28 empregos e a construção, com 7,2% do total (76), tem saldo positivo de 17 empregos no mês de março.
A agropecuária impulsiona a geração de emprego
Desta maneira, não resta nenhuma dúvida da importância da agropecuária para a geração de empregos na região. Mesmo considerando que o início do ano não é o período com grandes volumes produzidos, 72,4% dos 1.105 empregos líquidos criados em Petrolina/PE ocorreram na agropecuária e 81,9% dos empregos líquidos em Juazeiro/BA também ocorreram neste setor.
É interessante conhecer dentro da agropecuária, quem mais gerou saldo positivo de empregos. Em Petrolina/PE, o cultivo da uva teve 1.102 contratações e a manga 322, ou seja, geraram 92% de todo o emprego da agropecuária, sendo a uva a principal empregadora com 71,1%. Do lado das demissões, 507 ocorreram na viticultura e 182 na mangicultura, ou seja, 92% de todas as demissões. São as que mais contratam e as que mais demitem, consequentemente. O saldo líquido positivo é de 595 empregos na uva e de 140 na manga, ou seja, de todos os 1105 empregos líquidos positivos de Petrolina/PE, a uva e a manga responderam por 66,5%. Em Juazeiro/BA, a viticultura foi responsável por 15,8% dos empregos gerados (220) e a manga por 14,6% (203), ou seja, 68,9% das vagas ofertadas no setor agropecuário. Por outro lado, 17,6% (185) de todas as demissões foram na viticultura e 6,7% (70) na mangicultura. O saldo líquido positivo na uva é de 35 empregos e na manga de 133. A manga e a uva são, assim, responsáveis por 49% de todos os 342 empregos líquidos gerados.
A Fruticultura é Agronegócio de valor agregado
A fruticultura, então, demonstra a sua força em um momento tão difícil e tem grande importância para amenizar os problemas econômicos causadas pela pandemia. Só que ela não pode resolver, sozinha, todos os problemas existentes. É preciso que políticas para geração de emprego e renda sejam implementadas para que a população brasileira continue a consumir as frutas produzidas no Vale do São Francisco e o setor possa continuar crescendo e ajudando no desenvolvimento regional.
Quem é João Ricardo Lima: Doutor em Economia Aplicada. Coordenador da Pesquisa sobre a evolução da Pandemia no Vale do São Francisco realizada pelo Colegiado de Economia da Faculdade de Petrolina (FACAPE).