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Pernambuco, 11 de março de 2025

Bem Estar

A importância do cuidado mental para a saúde do corpo Por Daniel Lima

Ter consciência da importância da mente e seus reflexos, sobre a saúde física, é o primeiro passo para usar adequadamente esse poder que reside em você. Como disse (Chagdud Tulko), “A mente é a fonte do nosso sofrimento e da nossa felicidade.”

Postado em 19/05/2021 2021 17:42 , Bem Estar. Atualizado em 20/05/2021 10:23

Daniel Lima – Teólogo, Filósofo e Psicanalista/GBPSF/ISFN. @daniellima.pe

Hoje em dia para muitas pessoas a saúde é o seu maior bem. A cada dia tem sido mais comum ver pessoas praticando atividades físicas. Muitos parecem tratar seu corpo como verdadeiras máquinas,  com  obrigação de seguir funcionando perfeitamente, mas  a “máquina” apresenta problemas e deve ser levada ao “conserto”. As pessoas muitas vezes  esquecem de que sua saúde tem relação com seu modo de viver, ou seja, não é algo que alcançamos desenvolvendo um sistema de saúde eficiente, focado na cura da doença. É uma questão de viver de forma saudável. Além da prática de exercícios físicos e uma boa alimentação, é preciso cuidar também da mente.

 

A Saúde do Corpo é  Reflexo da Mente Equilibrada

Tão importante quanto preocupar-se com a saúde do corpo é cuidar da mente, ela  é fundamental, pois o que você não resolve na mente, o corpo transforma em doença. Quem cuida da mente cuida da vida! Como diria uma famosa citação latina do poeta romano Juvenal: “Mens sana in corpore sano” (“uma mente sã num corpo são”). Derivada da sátira X a frase é parte da resposta do autor à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida. Parece que em nossos dias existe muito desejo e pouca vida. Inquietude é um traço da sociedade contemporânea, de modo que as pessoas estão cada vez mais estressadas, ansiosas, depressivas… e isso tem afetado o organismo.

 

Corpo e Mente

A sabedoria popular, de forma intuitiva, captou a existência de uma estreita e incontestável relação entre os estados mentais e os corporais. Dentre tantas expressões populares que atestam esta relação cito duas: “fiquei cego de raiva” ou “estou com o estômago embrulhado de tanto nojo”. No entanto, a primeira vez que o termo psicossomático (psique [mente] e soma [corpo]) apareceu na literatura médica foi há aproximadamente 200 anos, em um texto de Heinroth, clínico e psiquiatra alemão. Um dos seguidores desta linha de pensamento médico foi William Motsloy, que a mais de 100 anos, demonstrou alto grau de intuição quando escreveu que “quando o sofrimento não pode expressar-se pelo pranto, ele faz chorarem os outros órgãos”. No final da década de 40, o termo “psicossomático” passou a ser empregado como substantivo, para designar, no campo da medicina, a decisiva influência dos fatores psicológicos na determinação das doenças orgânicas, já admitindo uma inseparabilidade entre elas.



O Corpo se Comunica

Ninguém mais contesta a interação que existe entre o psiquismo determinando alterações somáticas e vice-versa. Isso ocorre de maneira simples e até corriqueira (como estados de raiva e medo produzindo palidez e taquicardia; um estado gripal desencadeando uma reação depressiva, ou um estado depressivo facilitando o surgimento de uma gripe), passando por situações complexas.

Sigmund Freud em 1905 já dizia que nem toda comunicação é verbal, o corpo também se comunica, podemos perceber isso claramente no “Caso Dora”: “nenhum mortal pode guardar um segredo; se sua boca permanece em silêncio, falarão as pontas de seus dedos […]”. O corpo manifesta os impulsos silenciosos da nossa mente e muitas vezes reage adoecendo, ou seja, a doença é um apelo para que eu dê novas diretrizes à minha vida. Para Jacques Lacan “doenças são palavras não ditas”.

 

Conhecer a Si Próprio é Um ato de Bravura

Portanto, procurar um psicanalista, psicólogo ou psiquiatra não é um ato de fraqueza ou loucura, mas uma demonstração de coragem, lucidez, força e determinação para mudar o que impede o bem estar. O processo de análise visa nos reconciliar de modo duradouro com a nossa própria história. Sendo assim, o processo psicanalítico não é para quem tem problema, pois todo mundo tem, mas sim para quem quer resolvê-los, ou como diria Freud: “aquele que faz análise tem uma relação diferente com o que chamamos de destino”. A psicanálise não é apenas um método terapêutico, mas uma investigação profunda sobre o inconsciente do sujeito. O objetivo da análise não é apenas a redução de sintomas ou sofrimentos, mas a ampliação da capacidade do sujeito ser mais espontâneo sem fixar-se excessivamente em respostas sintomáticas e viver melhor.

 

Quem é Daniel Lima Gonçalves: Psicanalista, Filósofo e Teólogo.
Membro do Grupo Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi – GBPSF; Membro da International Sándor Ferenczi Network – ISFN; Membro Emérito – Sociedade Pernambucana de Estudos Psicanalíticos – SPEP; Estudo Permanente em Psicanálise no Instituto Nebulosa Marginal – INM; Especialista em Psicanálise e Teoria Analítica – FATIN; Especialista em Filosofia e Autoconhecimento – PUCRS; Extensão em Certificação Profissional em Neurociências – PUCRS; Pós-graduando em Ciências Humanas – PUCRS; Cursando Formação na clínica psicanalítica com adultos – CPPLRecife.
@daniellima.pe daniellimagoncalves.pe@gmail.com

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