O mercado de terra periurbana no semiárido, uma forte opção de investimento Por Geraldo Eugenio
O agronegócio brasileiro impulsiona o mercado imobiliário rural e como consequência desenvolve as chamadas áreas periurbanas.
Descrevem-se como áreas periurbanas aquelas que se localizam próximas das cidades onde as atividades rurais e urbanas se misturam e não é possível definir os limites físicos e sociais entre elas
Postado em 10/06/2021 2021 12:22 , Agronegócios. Atualizado em 10/06/2021 14:34
O imóvel rural
É do conhecimento de todos que o desenvolvimento agrícola brasileiro impulsionou o mercado imobiliário rural, fazendo com que na última década, o preço da terra literalmente explodisse no Brasil
No caso dos Cerrados , por exemplo, um hectare de terra em produção custa mais caro do que na maioria dos estados americanos e, em certos locais chega a rivalizar com as melhores áreas do ´Corn Belt` nos Estados Unidos .
Essas áreas rurais são as que existem de melhor, mais nobre e mais caro nos Estados Unidos.
Consequentemente existe uma dificuldade em se dispor de imóveis para desapropriação, encarecendo as obras públicas e inviabilizando algumas delas no Brasil .
Este movimento ascendente é bom e faz com que a tendência seja de utilização das terras apropriadas, inclusive do ponto de vista ambiental, fazendo com que a cada dia o Brasil possa ser conhecido como um país como um estratégico e bem-sucedido agronegócio em todo o planeta.
Este comportamento de preços também se aplica para as propriedades ao redor das cidades de pequeno, médio e até metrópoles, também conhecidas como áreas de imóveis periurbanos.
Essa é a descrição clássica das áreas periurbanas que se localizam próximas das cidades onde as atividades rurais e urbanas se misturam e não é possível definir os limites físicos e sociais entre elas
O crescimento das cidades
Associado ao desenvolvimento à forte agropecuária, o país continua testemunhando um forte movimento de urbanização em algumas regiões, onde as gerações mais jovens são atraídas não apenas para os grandes centros, mas, preferencialmente, para as cidades de pequeno e médio portes.
E nessas localidades o nível de conforto e a tranquilidade social é bem superior às principais capitais e grandes aglomerados urbanos.
O setor de serviços tem prevalecido sobre a indústria e, como consequência, uma parte da população migrante tem sido bem sucedida.
Os impactos em Pernambuco
Não é à toa que, em Pernambuco, cidades como Surubim, Garanhuns, Arcoverde, Belo Jardim, Serra Talhada, Salgueiro e Araripina têm apresentado elevadas taxas de crescimento em anos recentes. E algumas já despertam de um estado de torpor que se encontravam há décadas.
Existe uma classe média forte em busca de opções de investimento e lazer
Esta nova classe média sertaneja, distante da capital e do litoral, é ávida por oportunidades de investimento e lazer, desta feita, o mercado de pequenas glebas, sítios e chácaras, apesar da retração econômica desde 2015 e pressionado pelos efeitos da Covid 19, continua forte e em ascensão.
Em consequência existe uma grande oportunidade de investimento para quem tem ligação com o campo sem necessariamente ser um agricultor ou pecuarista.
O mercado periurbano nos traz uma surpresa agradável no Sertão e Agreste
A unidade de comércio de terra periurbana no Agreste e Sertão é a tarefa, que equivale a 3.025 m2. Primeiro , em áreas que distam até dez quilômetros dos centros urbanos do interior o valor de uma tarefa varia entre dez e trinta mil reais; segundo , em áreas distando de dez a vinte quilômetros, esta tarefa chega a custar entre cinco e dez mil reais e finalmente, nas nas propriedades localizadas entre vinte e cinco quilômetros ou mais dessas comunidades se encontram terras com valores inferiores a cinco mil reais por tarefa.
O negócio rural começa a criar novos ativos e neste sentido trago ao conhecimento e a reflexão, a máxima de que o Sertão e Agreste são regiões em consolidação econômica e em franco processo de valorização patrimonial .
Quem é Geraldo Eugênio: Engenheiro Agronômo, com mestrado na Índia e doutorado e pós-doutorado nos na Texas A&M University, Estados Unidos, é pesquisador do IPA e colaborador da empresa Inovate Consultoria & Projetos Ltda. Foi secretário de agricultura de Pernambuco, Presidente do IPA, do ITEP e Diretor Executivo da Embrapa. Viveu parte de sua vida em Serra Talhada, dedicando-se à agricultura de sequeiro e no Vale do São Francisco, quando liderou o programa de Hortaliças, do IPA. Atualmente tem acompanhado de forma direta políticas, tecnologias e iniciativas de gestão de secas, no Brasil e no exterior. Considera essencial entender melhor o Sertão, visualizando-o como um grande ambiente de negócios e sucesso.