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Pernambuco, 01 de dezembro de 2024

Bem Estar

Depressão em Prosa POR DANIEL LIMA

A depressão como algo ocasional, é vivenciada por enlutados e, pessoas que passaram por perdas

Postado em 28/07/2021 2021 14:20 , Bem Estar. Atualizado em 28/07/2021 14:20

Colunista

Daniel Lima – Teólogo, Filósofo e Psicanalista/GBPSF/ISFN. @daniellima.pe

Diante do momento de depressão  a pessoa deve ir  lentamente se desligando e investindo em outras coisas. Caso isso não ocorra, o processo se torna patológico e a pessoa sentirá que não há mais sentido em viver, diante do que  perdeu, afinal, partes de si foram perdidas junto, então vive-se a melancolia. Os obsessivos vivem a depressão por desperdiçar a  vida tentando atender as  expectativas do outro, se sacrificando e nunca atendendo aos próprios desejos e  sendo bastante cruéis consigo mesmos, focados em pequenos detalhes insignificantes, procrastinando o tempo em que poderia  estar investindo em outras coisas, assim,  vivenciam  a dor de sentir sempre que está perdendo  algo ou alguém.

                                                                                          

A vivência da depressão remete há um sentimento de decaimento de si mesmo                                           

Existe ainda outro tipo de pessoa; a histérica, a  qual,  pode viver a depressão diante da perda do amor,  ou por não se sentirem suficientemente amadas, para ela não importa o que faça.  A depressão no caso do borderline (transtorno de personalidade limítrofe), pode ocorrer com oscilações entre depressão e euforia, deste modo, a maneira de se relacionar com o outro é comprometida, pois ora a pessoa é tudo, ora nada. A vida é carente de sentido e isso só é amenizado diante de um objeto de apoio. Em todas as estruturas e quaisquer pacientes a vivência da depressão remete há um sentimento de decaimento de si mesmo, sem que sinta uma proteção a altura.  

 

É  preciso tempo para o psiquismo processar as experiências emocionais

Depressão tem íntima relação com o tempo, sendo assim,  é preciso tempo para o psiquismo processar as experiências emocionais, reconstruindo e reorganizando questões internas. Isso vai totalmente contra o excesso de velocidade  que se vive atualmente. Portanto, pensar em depressividade, como um estado temporário de “fechado para balanço”, como algo positivo e de potencial crescimento psíquico se faz necessário, afinal,  dores podem nos ensinar bastante e nem todas devem ser mascaradas. Devemos evitar essa tendência de tentar “animar” alguém deprimido, afinal,  esta pode funcionar como certo “sono de hibernação”. Elaborar a dor tem a função de tentar construir  dentro de si mesmo, um abrigo e refúgio seguros, por isso,  há que se elaborar os limites entre faltas e a  dor do desamparo.

 

Quem é Daniel Lima Gonçalves: Psicanalista, Filósofo e Teólogo.
Membro do Grupo Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi – GBPSF; Membro da International Sándor Ferenczi Network – ISFN; Membro Emérito – Sociedade Pernambucana de Estudos Psicanalíticos – SPEP; Estudo Permanente em Psicanálise no Instituto Nebulosa Marginal – INM; Especialista em Psicanálise e Teoria Analítica – FATIN; Especialista em Filosofia e Autoconhecimento – PUCRS; Extensão em Certificação Profissional em Neurociências – PUCRS; Pós-graduando em Ciências Humanas – PUCRS; Cursando Formação na clínica psicanalítica com adultos – CPPLRecife.
@daniellima.pe    daniellimagoncalves.pe@gmail.com


mao