
Políticas Públicas acerca da pobreza menstrual
O nosso país é muito desigual, grande parte da população vive em situação de vulnerabilidade, sem um mínimo de qualidade de vida.
Postado em 13/08/2021 2021 18:56 , Política. Atualizado em 13/08/2021 19:04
Especialista em Gestão Pública, Aluísio Sampaio escreve quinzenalmente a coluna “Políticas Públicas”,
Muitas vezes, pensamos que a dificuldade de acesso está relacionada apenas a alimentação, vestuário, moradia ou saúde, mas existem outras situações, que acabam passando despercebidas, como, por exemplo, a questão da dignidade menstrual. Essa é uma realidade vivenciada por diversas mulheres no Brasil. De acordo com um relatório do movimento global Girl Up, da Fundação das Nações Unidas, aponta que 01 em cada 04 brasileiras não têm acesso a absorventes, por falta de condições financeiras para comprar o produto de higiene. Na falta de absorventes, muitas mulheres acabam utilizando jornal, papel higiênico, pedaços de pano e até mesmo miolo de pão ou coisa pior, recursos impróprios e inseguros que podem ocasionar infecções e graves problemas de saúde.
Projeto Dignidade Feminina
Para reduzir os efeitos da pobreza menstrual e ajudar a trazer mais dignidade às mulheres, vem o exemplo da cidade de Mirandiba, situada na Região Sertão Central de Pernambuco, distante 475 km da capital, Recife, com uma população estimada em 15.470 habitantes, conhecida como a “Terra de São João Batista”, santo padroeiro da cidade, a “Capital da Goiaba”, por ser considerada como a segunda maior produtora de goiaba de Pernambuco, possuir o maior cajueiro do estado e ainda ter possuído a maior mangueira do mundo, medindo 11 metros de diâmetro e com aproximadamente 400 anos de existência. A prefeitura, por meio da Coordenadoria da Mulher (CM), em conjunto com a Secretaria de Desenvolvimento Social (SDS), criou o “Projeto Dignidade Feminina”. O Dignidade Feminina tem como objetivo, beneficiar adolescentes com idade entre 12 a 18 anos em situação de vulnerabilidade, inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), atendidas pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), estudantes das escolas municipais e estaduais da cidade.
A expectativa é contemplar 500 adolescentes.
Para garantir acesso ao Dignidade Feminina, basta realizar um cadastro na Coordenadoria da Mulher, para receber os pacotes de absorvente e utilizar durante o período menstrual. Vale destacar que o município é o primeiro da região a adotar uma medida para a dignidade menstrual. Uma iniciativa importante, por parte do governo municipal, que contribui para a autoestima, igualdade de gênero nas políticas públicas e no acesso à saúde, educação e assistência social, respeitando os direitos humanos dessas adolescentes.
“Quem é Aluísio Sampaio: Sertanejo Pernambucano, da Capital do Vaqueiro, Serrita, é Mestre em Dinâmicas de Desenvolvimento do Semiárido, pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Especialista em Gestão Pública Municipal e Saúde, também pela UNIVASF. Possui extensão em Empreendedorismo pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), e Inovação e Difusão Tecnológica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Graduado em Computação pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), e Administração, pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). Técnico em Recursos Humanos pela Escola Técnica Estadual Professor Antônio Carlos Gomes da Costa (ETEPAC), e Logística, pela Escola Técnica Estadual Professor Agamemnon Magalhães (ETEPAM). Bolsista de Pesquisa e Desenvolvimento no “Projeto AgritechNE”, na Embrapa Semiárido. Entusiasta do desenvolvimento econômico, social e ambiental. Instagram: @aluisio_sampaio E-mail: sampaioaluisio@hotmail.com