


DigitalPE 2.0, uma janela aberta para transformação digital
Dez empresas sertanejas participaram do programa piloto em 2021. O Sertão, ao lado do Agreste são as regiões do Estado onde as mudanças por meio da tecnologia precisam ser aceleradas nas empresas
Postado em 06/04/2022 07:20

Isaac Falcão, da Falcão Engenharia, em Petrolina, revela que a empresa melhorou sua comunicação interna, os serviços executados e a relação com o cliente
O processo de transformação digital nas empresas foi um fator determinante para a sobrevivência delas durante a pandemia, independente de seu porte. A aceleração, entretanto, desse processo não é executada de imediato, pois depende de vários fatores como cultura, processos, modelos de negócios e pessoas.
Nesse contexto, o Agreste e o Sertão pernambucano são as regiões do Estado onde o movimento de transformação digital acontece ainda de maneira tímida, segundo revelou Julia Landim, product owner do Porto Digital, e gestora do DigitalPE 2.0, um programa de inovação aberta do Porto Digital, financiado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (SDEC), com objetivo de apoiar gratuitamente a transformação digital de micro, pequenas e médias empresas.
“De todas as dimensões da transformação digital, o maior gargalo às MPMEs em Pernambuco, principalmente no Agreste e Sertão, está na capacidade de inovação e dimensões associadas: cultura, pessoas, processos e modelos de negócios. Uma cultura organizacional que valorize a experimentação, renovação de processos e geração de produtos é fundamental para a captura de valor potencialmente decorrente da digitalização”, pontuou Landim, que estará em Petrolina, nesta quinta-feira di (7) para apresentar o programa às MPMEs, em encontro no Cineteatro da Univasf, às 17h.

Julia Landim é a gestora do programa DigitalPE 2.0/ arquivo pessoal
Segundo o CETIC.br (TIC Empresas 2019), 57% das empresas do Nordeste não ofereceram algum tipo de treinamento a seus profissionais para o desenvolvimento de habilidades relacionadas às Tecnologias da Informação e Comunicação.
“Nosso objetivo é mapear o problema das empresas, captar soluções condizentes e unir as empresas com tecnologias já existentes no mercado“, explica Julia Landim, product owner do Porto Digital.
No ano passado o programa em sua versão piloto chegou para 30 indústrias pernambucanas, destas 10 eram empresas sertanejas. São elas: Falcão Engenharia, Construtora Venâncio, Coopevasf, Cabritos da Floresta, Sanvale Soluções Ambientais,Tropical Molhos, Camisateca, Moderno e Capricom.
Mais competitividade
Para Isaac Falcão, diretor Executivo da Falcão Engenharia, uma das empresas que participou do programa piloto em 2021 muitos foram os ganhos de qualidade na gestão após a imersão no DigitalPE 2.0.
“Investir em tecnologia é mandatório para as empresas independente do do seu modelo de negócio. Acho que a tecnologia hoje tem que estar presente para garantir uma maior competitividade entre as empresas e entendemos que a tecnologia atua como um meio e não um fim“, avalia.
O sistema e processos que a Falcão Engenharia implantou ainda está em andamento. Isaac acredita que os resultados poderão ser vistos em breve, mas já vê avanços na comunicação interna, na experiência com o cliente e na qualidade do serviço prestado.
Obra em 3D e realidade aumentada
O software que a construtora adotou durante a imersão digital vai possibilitar, por exemplo, que o cliente tenha uma visão da obra em 3D, e utilizar a realidade aumentada para execução do serviço. “Tudo isso vai diminuir os erros, além de trazer também uma experiência imensa em que os clientes e os colaboradores também vão poder ter uma visão da obra completa mesmo antes dela ter sido executada”, disse o executivo.
Caminho sem volta
O consultor de empresas, Mauricio Laranjeira, acredita que os empresários, de todos os setores e segmentos, precisam cada vez mais trazer habilitação digital para os seus negócios. “Esse processo mudou hábitos dos consumidores, quer pessoas físicas ou jurídicas, e pode ser considerado um caminho sem volta”, opina.
Na visão do consultor, o programa DigitalPE é uma excelente oportunidade para que as empresas aumentem suas vantagens competitivas. “Acima de tudo otimizem seus processos, incentivem seus colaboradores e permaneçam preparadas para as mudanças do mercado, que são cada vez mais rápidas, e não apenas econômicas, mas também comportamentais”.
Laranjeira lembra também que essa inovação gerará novos negócios, novos empregos, aumentará o mercado e fará com que a economia tenha uma recuperação mais rápida e menos sujeita aos problemas que podem aparecer.

Como participar do DigitalPE 2.0
Podem participar todas as micro, pequenas e médias empresas de Pernambuco, localizadas na Região Metropolitana do Recife, Agreste ou Sertão do São Francisco. Os municípios abrangidos podem ser conferidos no regulamento do programa, no site oil.portodigital.org/digitalpe. “Além disso, a empresa precisa preencher um formulário de habilitação para garantir que esteja realmente pronta para iniciar um processo de transformação digital. Os critérios consideram a capacidade de aporte financeiro e humano de soluções tecnológicas, grau de engajamento e infraestrutura para adoção de ferramentas digitais” explicou Julia Landim, do Porto Digital.
O programa conta inicialmente com 150 vagas e as inscrições ficam abertas até o preenchimento de todas ou até a finalização do cronograma de execução do projeto.