Trabalhador paga metade das refeições do próprio do próprio bolso, aponta pesquisa
O aumento no custo das refeições faz com que o trabalhador opte por alimentos não saudáveis, trazendo assim consequências futuras a saúde
Postado em 21/03/2023 2023 08:32 , Economia. Atualizado em 21/03/2023 12:05
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A alimentação passa a ser a principal preocupação em meio a um contexto econômico desafiador pelo qual passa o brasileiro, agravado pela alta de juros e aumento do custo de vida. Porém, segundo análise da Sodexo Benefícios e Incentivos, em 2023 o benefício que auxilia o trabalhador a se alimentar em restaurantes tem duração de apenas 11 dias, número menor do que em 2022, ano que o vale refeição teve a duração de 13 dias. As empresas consideram, em média, cerca de 22 dias para a realização do crédito, o que significa que este ano, o trabalhador tem pagado por conta própria metade das refeições que realiza durante o mês.
Muitas empresas aumentaram os valores dos benefícios, entre 2022 e 2023, mas com o aumento dos preços dos alimentos, não necessariamente tem sido o suficiente para o trabalhador se alimentar fora de casa durante todo o mês. No primeiro bimestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior, empresas de todos os portes aumentaram o valor do crédito do cartão refeição como forma de amenizar os impactos da inflação, além de entenderem que a oferta de benefícios ao trabalhador ajuda a atrair e reter os melhores talentos.
Por ter de pagar metade das refeições por conta própria, o trabalhador acaba fazendo escolhas mais baratas, muitas vezes não saudáveis, e opta por sanduíches, salgados e até mesmo shakes. “O consumo frequente destes tipos de alimentos pode gerar diversos riscos à saúde no longo prazo. Por isso, é importante escolher opções naturais e integrais, que mantêm a saciedade por mais tempo. Os carboidratos simples, por exemplo, como pães e biscoitos, são digeridos de maneira mais rápida, o que faz com que se tenha fome mais cedo”, explica Soraia Batista, nutricionista da Sodexo Benefícios e Incentivos.
“É importante reforçar que a jornada de trabalho requer uma alimentação que vai além da hora do almoço, como “cafés” da manhã e da tarde. Então, se o profissional opta por um lanche como refeição, ou ele irá gastar mais do que o esperado durante à tarde ou ele optará por ficar com fome até chegar em casa, o que também não é saudável e impacta diretamente em sua concentração e rendimento”, completa Soraia.
Por meio de uma alimentação nutritiva, obtemos benefícios para a saúde como um todo, seja física, emocional ou mental. Porém, gastar pouco e manter a qualidade nas refeições pode parecer um desafio. Algumas atitudes podem ajudar o trabalhador a economizar e se alimentar bem, como optar por restaurantes por quilo, que permitem montar o prato de maneira equilibrada.
“Quando estiver em um restaurante self service olhe todo o buffet disponível e imagine mentalmente como irá montar seu prato, então, vá pegando aos poucos, evitando colocar vários grupos de alimentos juntos, priorizando as folhas, que por serem leves deixam o prato mais barato, e que junto das outras verduras devem representar metade da refeição. Após essa etapa, escolha uma opção de proteína, de preferência magra. E para completar, uma boa pedida é a famosa combinação brasileira, o arroz com feijão, só tomando cuidado com a quantidade, que deve ser o suficiente para ficar satisfeito e caber no bolso”, pontua Soraia.
Outras dicas incluem economizar na bebida, evite pedir, mas se para você esse for um item essencial nas refeições, opte por água. O suco natural é outra opção saudável, mas costuma ser mais caro.
Caso não tenha boas alternativas de restaurante por quilo perto do trabalho, pense em frequentar estabelecimentos que fornecem refeição a la carte ou os populares pratos feitos (PFs) – neste caso, dividir o prato entre mais pessoas é uma ótima saída.
Informações complementares:
– Para identificação do aumento médio no valor dos créditos concedidos aos trabalhadores, foi utilizado o conceito de same users, ou seja, foram mapeados todos os usuários que tiveram crédito em Jan e Fev/22 e comparado o quantos estes mesmos usuários receberam de créditos em Jan e Fev/23, dentro das mesmas empresas.
– O valor médio que os trabalhadores gastam para se alimentar no quilo é de R$ 40,64 por refeição. Os dados são do último balanço divulgado pela ABBT e a próxima atualização está prevista para junho/23.
– Dado o cenário econômico atual, uma pesquisa da Abrasel revelou que 23% das empresas entrevistadas (1.477 no total) trabalharam com prejuízo em janeiro, na tentativa de segurar o repasse aos consumidores — um aumento de 4% em comparação a dezembro/2022. A pesquisa ainda revelou que 55% das empresas não estão conseguindo reajustar os preços conforme a média de inflação (5,77% no período), sendo que 29% fizeram reajustes abaixo do índice e 26% não conseguiram fazer reajuste algum. Outros 35% aumentaram conforme a média e apenas 10% aumentaram o cardápio acima deste índice.
Fonte: Ascom