Facebook jornal do sertão Instagram jornal do sertão Whatsapp jornal do sertao

Pernambuco, 10 de outubro de 2024

Cultura

Tonfil, um artista multifocal

De São José do Egito, jovem poeta falou com a reportagem do JSPE, fez revelações, falou de suas músicas, interpretações e de política.

Postado em 13/04/2023 2023 11:24 , Cultura. Atualizado em 13/04/2023 11:33

Jornalista ,

 

Tonfil Imagem Arquivo Pessoal

Com cerca de 35 mil habitantes, a cidade de São José do Egito no Sertão Pernambucano é palco e nascedouro de artistas das mais variadas áreas. Tonfil, neto de Lourival Batista Patriota, o conhecido Louro do Pajeú, um dos maiores repentistas/compositores do Brasil, é mais uma prova disso. Escultor, Ilustrador, restaurador, pintor, cenógrafo, compositor, roteirista e diretor; Tonfil é sem dúvida um expoente da multiculturalidade quem tem sua gênese em São José do Egito.

Devidamente adaptado aos novos momentos, o jovem artista, que de tempos em tempos transita com talento notável pelas mais variadas áreas das artes, está de volta aos trabalhos musicais, percorrendo o Estado e o Brasil com shows e turnês.

E sempre foi assim. Tonfil participa de festivais desde os 12 anos de idade e nunca mais parou. Em 2011 veio o primeiro trabalho, o álbum “Acontecer”, com repertório autoral em parceria com Vinícius Sarmento e Greg Marinho. Foi só o primeiro passo. A inquietude nata já era revelada e outros trabalhos e apresentações foram acontecendo. Hoje o jovem artista é dono de uma obra já inserida no cenário regional.

O Jornal do Sertão PE fez algumas perguntas para Tonfil, com o propósito de conhecê-lo melhor. Acolhedor, o poeta conversou com nossa reportagem, falando um pouco de seu início de carreira, de caminhos a seguir, de política e de redes sociais.

Tonfil Imagem Arquivo Pessoal

leia na íntegra a conversa do Jornal do Sertão PE com Tonfil.

JSPE: Tonfil, você começou muito jovem. O que lhe motivou para com 12 anos de idade subir em um palco pela primeira vez?

TONFIL: Desde pequenos sempre fomos voltados para as artes. Sempre fui muito motivado. Minha avó, meu avô, meus tios, meus pais; todos sempre exercitaram essa coisa  “do belo”, do “poético”.

JSPE: Como você classifica seu estilo de atuação, sua forma, sua presença de palco?

TONFIL: Eu tenho uma vantagem, sabe! Meu instrumento são as minhas cordas vocais, então estou sempre acompanhado por um músico. Adoro isso, é uma vantagem. Tenho assim oportunidade de estar sempre próximo de músicos, instrumentistas, etc. Então para mim, cantar é igual a esculpir. Trabalho também com pintura, escultura, desenho e tal. Para mim só muda o suporte. É a mesma coisa. A nuvem é a mesma.

JSPE: Você também é compositor; dessa forma você interpreta as suas próprias músicas mas também faz uma leitura toda sua como intérprete de composições de outros autores. Onde você se identifica melhor?

TONFIL: Pois é, eu componho, mas vou te dizer que me identifico demais com essa coisa de interpretar, sabe. Cantar e interpretar a “dor” do outro, o poema do outro me atrai muito.

JSPE: Tonfil, hoje estamos vivendo um momento muito específico na política, com toda essa “polarização”. Assistimos vários artistas fazendo posicionamentos políticos abertamente, em favor de um político ou outro político. O que você acha disso? Acha que o artista deve se posicionar, ou seu trabalho já contém o elemento político e assim o artista não deveria fazer esses posicionamentos?

TONFIL: Com certeza eu me posiciono sim. Arte e política são coisas que andam juntas. Não há como se desvencilhar. Tudo que é contra liberdade, tudo que é contra vida, tudo que é contra a existência, não bate com a minha arte. Arte não combina com prisão, não combina com gaiola, não combina com tortura, não combina com opressão. Arte é verdade pura, mesmo quando incomoda. Mesmo contendo em minhas músicas e nas músicas que interpreto um conteúdo político, às vezes acho necessário falar abertamente mesmo, me posicionar.  Nessa pandemia e nesses últimos quatro anos, foi uma coisa triste. Espero que agora estejamos nos levantando, que a cultura esteja se reerguendo e que estejamos começando a nos representar novamente.

JSPE: Falando da pandemia, como ficaram os artistas? Como você “se virou” como artista? Tendo que se afastar do público, você foi às redes sociais?

TONFIL: Eu não fiz poucas apresentações em redes sociais, sabe. Acho que fiz umas 6 lives, entre privadas e públicas. Demorar 40 minutos em uma live é o mesmo que passar 3 horas em um show presencial. Perde muito a organicidade, na minha visão. Pra falar a verdade assistir e fazer live, na minha opinião, é como jogar videogame. Não gosto muito. Preciso do povo, preciso de gente.

JSPE: Tonfil, já agradecendo pela entrevista, em nome do Jornal do Sertão PE, lhe desejar mais sucesso; fala um pouco de como está sua agenda. Tem apresentação marcada?

TONFIL: Eu quem agradeço. Para mim é uma honra falar com vocês. Sobre a agenda, tem, têm coisas marcadas e ainda para fechar nos próximos dias. Dia 14 tem SESC – Santo Amaro. Tem na cidade de Triunfo também, faltando fechar a data. Tenho também participações para fazer em shows e apresentações de amigos poetas e músicos.

Nota: A reportagem do Jornal do Sertão PE conversou com Tonfil no dia 6 de abril de 2023, com o Jornalista Firmo Neto.

Firmo Neto – Jornalista – MTB: 5914/PE