Brasil tem 25 milhões de compradores de livros
As principais razões apontadas para a compra de um livro são o crescimento pessoal e o lazer. Em relação às atividades de lazer, além da leitura, redes sociais (50,8%) e serviços de streaming (44,3%) foram os preferidos.
Postado em 07/12/2023 2023 11:36 , Educação. Atualizado em 07/12/2023 11:52
Uma pesquisa encomendada pela Câmara Brasileira do Livro mostra que o Brasil tem cerca de 25 milhões de consumidores de livros, dos quais 74% pretendem adquirir novos livros nos próximos três meses. O estudo ouviu 16 mil pessoas com idade acima de 18 anos e indica que 16% da população nessa faixa etária comprou pelo menos um livro nos últimos 12 meses. Além disso, 69% dos compradores adquiriram entre um e cinco livros no último ano, enquanto 8% compraram 16 ou mais.
As principais razões apontadas para a compra de um livro são o crescimento pessoal e o lazer. Em relação às atividades de lazer, além da leitura, redes sociais (50,8%) e serviços de streaming (44,3%) foram os preferidos.
Segundo Sevani Matos, presidente da Câmara Brasileira do Livro, a pesquisa Panorama do Consumo de Livros foi criada para analisar o perfil e os hábitos de compradores de livros no Brasil. Os resultados destacam a importância de ações que promovam a leitura e reforçam a necessidade de uma política eficiente para formação de leitores e fortalecimento do livro no país.
Hábitos de compra
55% dos consumidores de livros preferem fazer suas aquisições online, atraídos pelas ofertas e pela conveniência deste canal. Por outro lado, 40% dos consumidores ainda optam pela compra presencial, valorizando a experiência de ter o livro em mãos antes de adquiri-lo. Para estes, a capa do livro e as recomendações dos vendedores são aspectos importantes na hora de decidir pela compra. As datas especiais, como a Black Friday (21%) e a Semana do Consumidor (17%), também foram apontadas como bastante relevantes para os compradores.
“Em relação à produção de dados, o estudo coloca o mercado brasileiro do livro em patamar semelhante àquele observado em mercados mais maduros, pois a partir de agora teremos uma pesquisa focada na indústria, outra no varejo e outra no consumidor. É uma nova ferramenta para apoiar a tomada de decisão dos agentes da cadeia produtiva do livro”, disse Mariana Bueno, coordenadora de pesquisa da Nielsen BookData.
Nos últimos 12 meses, 54% dos consumidores compraram apenas livros físicos, enquanto 15% compraram apenas livros digitais. A maioria dos consumidores de livros digitais (81%) prefere o formato e-book, sendo que 50% dos leitores digitais usam principalmente o celular para leitura. 63% dos consumidores de e-books e audiolivros compram com desconto.
Em relação à última compra dos entrevistados, a pesquisa revela que a não ficção para adultos é o gênero mais popular, com 57,1%, seguido por científicos, técnicos e profissionais (18,9%), infantil (8,8%) e juvenil (8,1%).
O estudo revela ainda que para os não compradores, o hábito de leitura é uma atividade importante, porém a maioria aponta preço, ausência de loja e falta de tempo como os maiores fatores para desmotivar ou não efetuar a compra de livros.
Em relação à popularidade dos prêmios literários, 45,1% dos compradores de livros responderam que o Prêmio Jabuti, realizado anualmente pela CBL e que chega este ano à sua 65ª edição, é o mais conhecido no país. Entre os não compradores, 16,5% conhecem a premiação.
Quanto ao preço dos livros, os entrevistados responderam que consideram as promoções e descontos na hora de decidir pela compra de livros. Sessenta e três por cento relataram ter adquirido livros com desconto e 73% pretendem comprar livros nos próximos três meses.
Este estudo analisou o comportamento de compra de livros no Brasil através de uma metodologia envolvendo 16 mil entrevistas com pessoas maiores de 18 anos, cobrindo todas as regiões (Sudeste, Sul, Norte, Nordeste, Centro-Oeste) e estratos socioeconômicos (A, B, C, DE). O estudo, realizado entre 23 e 31 de outubro de 2023, incluiu tanto compradores quanto não compradores de livros, garantindo uma ampla representatividade com uma margem de erro de 0,8% e um nível de confiança de 95%.
Com informações Agência Brasil