BNDES anuncia aumento significativo de recursos para apoio financeiro às cooperativas agropecuárias do Brasil
Acréscimo será de R$ 2 bilhões, além da ampliação do crédito em dólar
Postado em 03/02/2024 2024 18:07 , Economia. Atualizado em 03/02/2024 18:07
BNDES anuncia a ampliação de recursos para o financiamento de cooperativas agropecuárias
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou, na última sexta-feira (2), mudanças na linha de crédito Procapcred, que terá um aumento de R$2 bilhões no orçamento destinado ao setor agropecuário. Além disso, a linha de crédito em dólar será ampliada e serão captados R$808 milhões em Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), o que reforçará as condições do BNDES para financiar o setor em situações mais favoráveis.
Na linha Procapcred, criada em 2006 para fortalecer a estrutura patrimonial das cooperativas de crédito, junto ao acréscimo de recursos, o BNDES estendeu a vigência até o fim de 2025. Nessa linha de crédito, o financiamento é oferecido diretamente aos associados para aquisição de cotas-partes do capital de cooperativas singulares de crédito.
“Esse recurso multiplica a capacidade em aproximadamente em nove vezes, ou seja, a cada R$ 1 bilhão que o BNDES está colocando está viabilizando R$ 9 bilhões em crédito, que é crédito direto para o capital”, observou o diretor Financeiro e de Crédito Digital para MPMEs [micro, pequenas e médias empresas] do BNDES, Alexandre Abreu.
O BNDES ampliou o rol de clientes que podem ser atendidos, agora incluindo qualquer pessoa física cooperada de cooperativas de crédito ou banco cooperativo residente no Brasil. O limite de financiamento aumentou de R$30 mil para R$100 mil a cada dois anos, com ênfase em cooperados do Norte e Nordeste. O BNDES busca expandir o sistema de cooperativas nessas regiões, que historicamente têm menor procura em relação à região Sul do país, influenciada por imigrantes europeus.
Para clientes dessas regiões, a remuneração básica do BNDES caiu de 1,1% ao ano (a.a.) para 0,8% a.a., e o prazo máximo do financiamento pode ser de até 15 anos. Nas demais regiões, o prazo limite foi estendido de 10 anos para 12 anos e a carência do programa para todos os financiamentos permaneceu em até dois anos.
A linha em dólar é destinada a agricultores e pecuaristas que exportam. Abreu disse que essa modalidade saiu com juros mais baratos em torno de 7,9% ao ano. Lançada em abril do ano passado na feira Agrishow, no valor equivalente a R$ 2 bilhões, teve uma suplementação do mesmo valor em maio.
Com a linha é possível fazer investimento, custeio e armazenagem. Em janeiro deste ano, o BNDES fez nova suplementação de R$ 4 bilhões. “Ela está disponível imediatamente e esperamos ajudar bastante nas novas operações do setor que está sempre muito demandante de crédito”, disse o diretor Abreu.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que participou do anúncio na sede do BNDES, no centro do Rio, comemorou a parceria da sua pasta com o BNDES e o Ministério da Fazenda para a liberação de recursos para o setor agropecuário. “Veio o novo Plano Safra 2023/2024, Plano Safra recorde e o BNDES mais uma vez o grande parceiro, o Fernando Haddad e toda a equipe do Ministério da Fazenda, taxas de juros, se não conseguimos reduzir muito as taxas de juros conseguimos linhas de crédito importantes com parceria do BNDES está aí o maior Plano Safra acontecendo”, indicou.
“Estamos pensando em mais linhas de crédito e em mais oportunidades para que nós não deixemos nenhum produtor dormir na incerteza de como vai conduzir o futuro da sua atividade”, acrescentou o ministro.
Na avaliação do presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, o cooperativismo tem um diferencial muito grande quando se compara a outras instituições. “A sua capacidade de gerar prosperidade. Recurso que vai para a cooperativa ou que a cooperativa opera, gera desenvolvimento local, puxa a locomotiva de desenvolvimento do cluster regional. Onde tem a presença de cooperativa, e não está fraca essa presença no Brasil, não só na área do crédito, mas em todas as áreas, o índice do IDH é muito superior, porque a quando a cooperativa gera resultado, gera para o seu cooperado e para a própria cooperativa e o recurso fica na mesma região”, apontou.