

Dados foram enviados por empresas com 100 ou mais funcionários, perfil exigido por lei – Foto: Banco de Imagens / Freepik
Mulheres pernambucanas recebem salários 11,1% mais baixos que homens, aponta relatório
Documento reúne informações de 1,5 mil empresas pernambucanas com 100 ou mais funcionários. No país como um todo, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens
Postado em 31/03/2024 2024 10:47 , Economia. Atualizado em 31/03/2024 11:33
As mulheres recebem 11,1% a menos que os homens em Pernambuco, de acordo com o 1º Relatório de Transparência Salarial com enfoque de gênero publicado no Brasil. Apresentado pelos Ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE) em 25 de março, o relatório destaca dados principais fornecidos por 1.509 empresas pernambucanas com mais de 100 funcionários, conforme exigido pela Lei nº 14.611. Essas empresas empregam coletivamente 562,9 mil trabalhadores. A legislação, sancionada pelo presidente Lula em julho de 2023, requer o envio dessas informações, abordando a igualdade salarial e critérios remuneratórios entre homens e mulheres.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em Pernambuco, em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 26,9%.
No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, embora sejam maioria no mercado de trabalho pernambucano, recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 2.625,55, a da não negra é de R$ 3.424,96. No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 3.007,01 e os não negros, R$ 3.796,90.
O relatório avalia se as empresas possuem políticas de incentivo à contratação de mulheres, como flexibilidade no trabalho para apoio à parentalidade, visando promover a presença e o avanço profissional feminino.
No caso de Pernambuco, o relatório mostra que poucas empresas possuem políticas de apoio à contratação de mulheres, incentivo à contratação de mulheres negras, contratação de mulheres LGBTQIAP+, mulheres com deficiência e vítimas de violência. Políticas como licença maternidade/paternidade estendida e auxílio-creche também são pouco adotadas.
No Brasil, as mulheres ganham 19,4% a menos do que os homens, de acordo com o 1º Relatório de Transparência Salarial. No total, 49.587 empresas responderam ao questionário – quase 100% do universo de companhias com 100 ou mais funcionários no Brasil. Destas, 73% têm 10 anos ou mais de existência. Juntas, elas somam quase 17,7 milhões de empregados.
A diferença de remuneração entre homens e mulheres varia de acordo com o grande grupo ocupacional. Em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, chega a 25,2%.
No recorte por raça, o relatório aponta que as mulheres negras, além de estarem em menor número no mercado de trabalho, também recebem menos do que as mulheres brancas. Enquanto a remuneração média da mulher negra é de R$ 3.040,89, a da não negra é de R$ 4.552,45, diferença de 49,7%. No caso dos homens, os negros recebem em média R$ 3.843,74 e os não negros, R$ 5.718,40, o equivalente a 48,77%.