Viveiro Municipal “Verde é Vida”: Uma ação para a sustentabilidade socioambiental em Serrita – Pernambuco
As mudanças climáticas estão ocorrendo e são perceptíveis em todos os lugares, ocasionando desequilíbrios na biodiversidade do planeta. Isso se deve a vários fatores, como a elevação anormal da temperatura nos últimos anos, principalmente relacionada às ações humanas, como o desmatamento, as queimadas, a poluição e gestão ambiental ineficaz ou negligente.
Postado em 27/05/2024 2024 13:45 , Coluna Políticas Públicas. Atualizado em 27/05/2024 21:38
Sobretudo, o bioma Caatinga vem sofrendo graves danos em decorrência disso, sendo o terceiro mais degradado do país e agora enfrentando processos de desertificação, o que resulta na perda da fertilidade do solo e da diversidade biológica, levando, consequentemente, à migração de pessoas para outros locais.
Para se ter ideia da importância e do cuidado que se deve ter com a Caatinga, é importante notar que este bioma é exclusivamente brasileiro e abrange uma grande parte dos estados nordestinos – Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe – além de uma pequena porção da região Sudeste, no norte de Minas Gerais, em mais de 1.000 municípios.
A Caatinga ocupa uma área de cerca de 844.453 km², o que equivale a 11% do território nacional e 70% da Região Nordeste. Caracteriza-se por seu clima semiárido, com baixo índice pluviométrico, poucas chuvas, temperaturas elevadas e prolongados períodos de seca. No entanto, apresenta a maior variedade biológica do mundo, com uma riqueza única de espécies animais, vegetais e paisagens.
Além disso, é a região mais populosa do planeta com essas características, abrigando aproximadamente 31 milhões de pessoas, o que equivale a 15% da população brasileira e 50% da população total dessa região. Outro detalhe relevante é que, depois da Amazônia, a Caatinga é o lugar onde há a maior concentração de povos indígenas. Também é apontada como o bioma mais eficiente no combate aos efeitos das alterações climáticas.
Diante isso, a Prefeitura Municipal de Serrita, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Infraestrutura, criou o “Viveiro Municipal Florestal de Produção de Mudas Verde é Vida”.
O viveiro “Verde é Vida” é resultado do edital “Fundo Estadual de Meio Ambiente (FEMA) 2/2021 – Viveiros Florestais Municipais“, que faz parte de um conjunto de iniciativas do “Programa de Reflorestamento de Pernambuco“. O programa tem como objetivo o plantio florestal para a manutenção e recuperação dos ecossistemas, garantindo a disponibilização de serviços ecológicos e ambientais para as populações e atividades econômicas em nível regional. É promovido pelo Governo do Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e de Fernando de Noronha (SEMAS-PE).
O edital visou selecionar propostas para a implantação de viveiros florestais municipais, submetidas por instituições governamentais da União, Estados, Distrito Federal e municípios pernambucanos com população de até 600 mil habitantes. O investimento total é de R$ 1,8 milhão, destinado à implementação de 36 projetos, cada um com um limite de R$ 50 mil para execução. Foram contemplados 23 projetos de prefeituras de várias regiões de Pernambuco, por atenderem aos critérios do edital.
O projeto elaborado pela Prefeitura de Serrita, um dos selecionados pelo edital, recebeu financiamento de R$ 86.700,71, sendo R$ 50 mil do FEMA e R$ 36.700,71 mil de contrapartida do governo municipal, para implantação. Destina-se a atender às demandas socioambientais da cidade.
Localizada na região do Sertão Central, distante 538,7 km da capital, Recife, Serrita é conhecida nacional e internacionalmente como a Capital do Vaqueiro, devido à realização da Missa do Vaqueiro. Trata-se de uma celebração religiosa acompanhada de festa popular em homenagem ao Vaqueiro Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga, muito popular na localidade, que foi assassinado traiçoeiramente, e até hoje o crime permanece impune. O evento é considerado o segundo maior evento cultural e turístico de Pernambuco, atraindo pessoas de todos os cantos do país e do mundo, e ocorre anualmente durante o mês de julho.
Criado em janeiro de 2024, o viveiro, conforme a Lei Municipal nº 841/2023, propõe-se à produção anual de 50 mil mudas de espécies nativas e exóticas para arborização, paisagismo e recuperação de áreas urbanas e rurais do município. Além disso, visa promover ações de educação ambiental, realizar doações de mudas para agricultores, escolas municipais e comunidades locais, bem como a venda para o público em geral.
Até o momento, já foram plantadas mais de 6 mil mudas e inúmeras foram distribuídas. Vale destacar que o projeto “Verde é Vida” participou e foi finalista do 12º Prêmio SEBRAE Prefeitura Empreendedora, na categoria Meio Ambiente e Sustentabilidade.
O viveiro está situado na Avenida Coronel Chico Romão, s/n, no perímetro urbano da cidade. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (87) 3882-1156 ou por e-mail infraestruturaemeioambiente@serrita.pe.gov.br.
O viveiro municipal “Verde é Vida” é uma importante iniciativa para promover a sustentabilidade, fortalecer a biodiversidade e proteger o bioma Caatinga. Sua significativa contribuição ultrapassa as fronteiras locais, propagando um impacto positivo no equilíbrio ecológico da Terra.
Arquivo Pessoal/Aluísio Sampaio (2024).