Taxa de juros recua, mas rotativo do cartão atinge 423,5% ao ano
Dados de abril foram divulgados hoje pelo Banco Central
Postado em 28/05/2024 2024 10:16 , Economia. Atualizado em 28/05/2024 10:19
O crédito rotativo tem a duração de um mês e é utilizado pelos consumidores quando pagam menos do que o total da fatura do cartão de crédito. Dessa forma, eles ficam com uma dívida e são cobrados juros sobre o valor restante.
A categoria se destaca como uma das mais elevadas do setor. De acordo com o Banco Central, apesar da implementação, em janeiro, da legislação que restringe os juros do crédito rotativo a 100% do montante devido, a norma não influencia a taxa de juros acordada no momento da obtenção do empréstimo. Por ser aplicável apenas a novos empréstimos, não houve repercussão no cálculo estatístico de abril.
Já nos últimos 12 meses até abril, os juros do cartão rotativo diminuíram em 23,8 pontos percentuais.
Passado o período de um mês, os bancos oferecem a opção de parcelamento para os clientes com dívidas no cartão de crédito. Com essa modalidade de parcelamento, a taxa de juros diminuiu 8,7 pontos percentuais no mês e 18,5 pontos percentuais em 12 meses, chegando a 128% ao ano.
A taxa média de juros das concessões de crédito livre para famílias caiu em abril, chegando a 53% ao ano. Os juros do cheque especial subiram no mês, atingindo 129,9% ao ano. Os juros para empresas aumentaram em abril, indo para 21,3% ao ano, com destaque para o cartão de crédito rotativo. As taxas de juros no crédito livre são definidas pelos bancos, enquanto no crédito direcionado são determinadas pelo governo para setores específicos.
Segundo o Banco Central, a inadimplência – atrasos acima de 90 dias – tem se mantido estável há bastante tempo, com pequenas oscilações e registrou 3,2% em abril. Nas operações para pessoas físicas, ela está em 3,6%, e para pessoas jurídicas em 2,6%.
O endividamento das famílias – relação entre o saldo das dívidas e a renda acumulada em 12 meses – ficou em 48% em março, aumento de 0,2 ponto percentual no mês e queda de 0,6% em 12 meses. Com a exclusão do financiamento imobiliário, que pega um montante considerável da renda, o endividamento ficou em 30,1% no quarto mês do ano.
Já o comprometimento da renda – relação entre o valor médio para pagamento das dívidas e a renda média apurada no período – ficou em 26,5% em março, aumento de 0,8 ponto percentual na passagem do mês e redução de 1,1% em 12 meses.
Esses dois últimos indicadores são apresentados com uma defasagem maior do mês de divulgação, pois o Banco Central usa dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).