Coren-PE interdita parcialmente Hospital Neurocárdio em Petrolina
Após a direção da unidade impedir o trabalho do Conselho, agentes da Polícia Federal foram acionados para que a equipe pudesse afixar o termo de interdição e concluir o processo iniciado na terça-feira (18).
Postado em 20/06/2024 2024 00:30 , Saúde. Atualizado em 19/06/2024 23:48
Representantes do Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) voltaram ao Hospital Neurocárdio em Petrolina, nesta manhã de terça-feira (18), para finalizar o processo de interdição ética parcial da unidade. Desta vez, a equipe do Coren-PE estava acompanhada por agentes da Polícia Federal, com o objetivo de afixar o termo de interdição nas instalações internas do Hospital, conforme previsto no Artigo 10 da Resolução Cofen 565/2017. A notificação formal tinha sido impedida pela administração do hospital.
Essa foi a terceira vez que a equipe do Conselho compareceu ao Hospital Neurocárdio em menos de 24 horas. Hoje, terça-feira (18), a Comissão encarregada da investigação esteve no centro de saúde pela manhã para comunicar à administração e aos enfermeiros sobre a interdição ética parcial da Central de Material e Esterilização (CME) e da emergência da unidade, durante a noite e aos finais de semana, devido à falta de enfermeiros nestes locais. No entanto, a equipe do Conselho não pôde afixar o documento de interdição. Mais tarde, ao voltar à unidade durante a noite, o Coren-PE foi informado de que as atividades nesses setores estavam acontecendo normalmente e que os enfermeiros não tinham sido avisados sobre a suspensão parcial das atividades.
“Nós constatamos que a interdição não foi respeitada. Os profissionais de enfermagem não foram informados e a responsável técnica (enfermeira) orientou a continuidade da assistência, mesmo em posse do ato de interdição. Tentei falar com a RT pessoalmente, mas ela se recusou. Soubemos que a direção do Hospital Neurocárdio ingressou com ação na justiça para desinterdição às 18h24 e mesmo sem nenhuma decisão da justiça, decidiu manter uma assistência insegura aos seus pacientes, com clara infração à Lei 7498/86 e Decreto 94.406/87. Diante disso, o Coren-PE, vai seguir tomando as decisões cabíveis”, explicou o Presidente do Coren-PE, Dr. Gilmar Júnior, que participou da fiscalização realizada na noite desta terça-feira.
De acordo com a chefe do Departamento de Fiscalização das Subseções do Coren-PE, Drª Hélia Sibely Mota, a primeira ação da autarquia na unidade ocorreu em outubro do ano passado, após o Conselho receber denúncias sobre a falta de profissionais. A equipe de fiscalização do Conselho constatou o problema, notificou a direção e retornou ao Hospital em março deste ano. “A direção da unidade foi notificada duas vezes e não tomou nenhuma providência, não procurou o Conselho e não deu nenhuma resposta. As denúncias sobre a falta de profissionais e a consequente sobrecarga de trabalho continuaram. Em maio, realizamos a composição da Comissão e fizemos uma nova inspeção, notificamos mais uma vez, e informamos sobre a abertura de uma sindicância para dar início ao processo ético. Diante do cenário, o Plenário do Coren-PE decidiu pela interdição parcial”, destrincha Drª Hélia.