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Pernambuco, 09 de novembro de 2025

Saúde e Fé

Cuidados paliativos: papel do suporte espiritual

Já vimos esse dado aqui: mais de 80% da população mundial confessa alguma fé religiosa. Por isso, o suporte espiritual é tão importante no cuidado com a saúde, especialmente no contexto dos cuidados paliativos. 

Postado em 08/10/2025 18:00

Médico pediatra e professor de pediatria na UPE. Estudante de Teologia, com passagens pelo Seminário Teológico Carismático da Igreja Episcopal e, atualmente, pela Associação Memorial de Ensino Superior (AMESPE).

Saiu no The Lancet, em maio deste ano: “A percepção que as pessoas têm sobre os atores religiosos (ou seja, instituições religiosas, líderes religiosos, comunidades religiosas e organizações religiosas) varia muito: em alguns casos, eles são as instituições mais confiáveis nas comunidades; em outros, eles não desfrutam de confiança devido a seus próprios abusos de poder”.

Já vimos esse dado aqui: mais de 80% da população mundial confessa alguma fé religiosa. Por isso, o suporte espiritual é tão importante no cuidado com a saúde, especialmente no contexto dos cuidados paliativos.

É essencial que alguns princípios sejam respeitados: a) identificação de necessidades individuais avaliando as fontes de força e sofrimento; b) autonomia – para proteção da dignidade, o paciente deve ser escutado sem pré-julgamento e num ambiente livre de censura, para que possa fazer suas escolhas em paz e conscientemente; c) não-maleficência – na possibilidade de conflito entre a fé do paciente e o tratamento proposto, a equipe de cuidados paliativos deve estar preparada para mediar o dilema e garantir que o paciente entenda as consequências de suas escolhas; e d) beneficência – todo esforço deve ser feito pela equipe para apoiar o paciente na busca da paz e ajudar o paciente a encontrar sentido em sua vida e na doença, assim como promover ativamente oportunidades de reconciliação e perdão consigo mesmo e com seus familiares e amigos.

O suporte espiritual é um componente essencial e obrigatório dos cuidados paliativos, pois reconhece que o sofrimento vai além da dor física, atingindo a busca por sentido, propósito e conexão. Deve ser responsabilidade de toda a equipe, coordenada por profissionais especializados nas questões de fé.