Em Luto e Melancolia, Freud diferencia o luto da melancolia. No luto, o sujeito reconhece a perda e, pouco a pouco, se reconcilia com a realidade. Na melancolia, a perda é negada, e a dor se volta contra o próprio eu. Em vez de dizer “perdi alguém”, o sujeito sente-se “perdido”. Por isso, Finados tem uma função psíquica tão importante: ele autoriza o luto, dá lugar social e tempo simbólico à dor, impedindo que ela se transforme em silêncio destrutivo. Lamentar é, paradoxalmente, um modo de preservar a vida.
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