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Pernambuco, 13 de setembro de 2024

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Como anda a Caatinga neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente?

Segundo a pesquisa, 64,3% das Áreas de Preservação Ambiental (APPs) estão ocupadas por atividades agrícolas e pastagens

Postado em 05/06/2020 2020 10:08 , Últimas Notícias. Atualizado em 05/06/2020 10:08

Foto: (Divulgação CPRH)

Em todo mundo, hoje, 5 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente. Nesta data, a Caatinga chama atenção para a necessidade de implementação de ações de restauração e conservação florestal. Dados apontam que menos da metade do bioma, ou seja apenas 46,89%, apresentam cobertura florestal, os outros 51,06% foram convertidos em áreas de uso agrícola e pastagens. Nas áreas delimitadas como APPs, ou seja, Áreas de Preservação Permanente, locais que devem ter 100% de cobertura vegetal, apenas 30,3% possuem floresta, enquanto que 64,3% estão ocupados por atividades agropecuárias. Os números correspondem a um total de aproximadamente 7 milhões de áreas mapeadas e compõem o projeto O Papel da Restauração Ecológica na Sustentabilidade da Caatinga, realizado pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) e o Laboratório de Ecologia Aplicada da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

O coordenador de Projetos do Cepan, Joaquim Freitas, explica o que esses dados representam. “Esses dados são preocupantes e denotam a importância de criarmos mais unidades de conservação para preservar o que ainda existe e, além disso, estimular as atividades de restauração”, afirma . Ele alerta ainda que conforme as fronteiras de desertificação avançam, pressionam as populações locais à migrarem em função da falta de condição de sobrevivência. “Segundo os dados do Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC), a Caatinga é um dos biomas a serem mais afetados pelos efeitos nocivos das mudanças climáticas no mundo. Ainda segundo o órgão, é possível que em cerca de 50 anos, já se inicie um quadro de refugiados do clima.

A questão socioambiental é estruturante na Caatinga. No bioma,os aspectos sociais e ambientais se confundem devido às especificidades climáticas do bioma. “Quando falamos na Caatinga, estamos nos referindo ao ecossistema semiárido mais populoso do planeta. São cerca de 27 milhões de pessoas morando nessas áreas que, muitas vezes, fazem parte das regiões mais pobres do Brasil e mais carentes de todos os tipos de recursos” reforça Freitas.

Os dados apresentados no estudo serão validados por uma equipe, liderada pelo professor da UFPE, Felipe Melo. O próximo passo será a realização de um estudo para avaliar os custos e a precificação do cenário necessário para restaurar o bioma. Um documento final, contendo todas as informações levantadas poderá orientar debates e a implementação de políticas públicas voltadas à recuperação da Caatinga.