Sertanejas se sentem representadas por aumento de candidatas nas eleições 2020
Segundo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), este ano, as mulheres correspondem a 34% das candidaturas em Pernambuco
Postado em 06/11/2020 2020 17:31 , Política, Últimas Notícias. Atualizado em 10/01/2021 10:57
De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), este ano, 182 mil mulheres, no Brasil, concorrem aos cargos de vereadora e prefeita. Esse número corresponde a 34% do total de candidaturas. Se comparado às eleições de 2016, foi registrado um aumento de pouco mais de 2%. Naquele pleito, 155.587 mulheres saíram candidatas, o correspondente a um percentual de 31,60%. Esses números estão sendo vistos com bons olhos no Sertão. A jovem Wedja de Souza trabalha como assistente Administrativo em um Supermercado, no município de Petrolina, no Sertão do São Francisco. Ela diz que se sente representada pelo aumento no número de mulheres candidatas nas eleições municipais deste ano. “Quanto mais mulheres candidatas, mais força nós teremos nas eleições. Eu mesma pretendo votar em mulheres”, declarou.
Em Petrolândia, outro município do Sertão do São Francisco, encontramos uma sertaneja que comemora o resultado, mas alerta para alguns problemas. Eu acho importante esse aumento no número de mulheres candidatas, pois eu acho que as mulheres são mais organizadas e podem fazer uma boa gestão. Porém, há muitas mulheres que se candidatam como laranjas, sem ter propostas para outras mulheres. Eu acho importante ter mais mulheres, com propostas nas câmaras e prefeituras”, comenta Solange Martins, pequena empresária.
Solange dá uma deixa para questões importantes que possam estar como pano de fundo destes dados. Por exemplo,
De acordo com a cientista política, que já atuou na Universidade do Vale do São Francisco- Univasf, Petrolina e no campi Juazeiro, Bahia Tássia Rabelo, o aumento não deve ser totalmente comemorado, pois se trata de um crescimento marginal. “De fato registramos um crescimento na participação das mulheres nas eleições, que em 2012, foi de 31,5% e, hoje, chega à 34% do total de candidaturas. No entanto, o fato de uma mulher participar de uma eleição não quer dizer que ela tenha condições materiais de vencer, pois apenas recentemente foi adotado um dispositivo que determinasse a distribuição igualitária dos recursos para estas mulheres.
O Brasil conta com uma Lei de Cotas para as mulheres nas eleições. Trata-se da lei 9.504/1997. Esta lei determina que os partidos políticos destinem 30% das candidaturas para as mulheres. Os dados atuais compõem um bom parâmetro para avaliar esta legislação que já tem 23 anos de implementação. “Embora esta lei seja de 1997, até 2009, os partidos não eram obrigados a inscrever estas mulheres. Eles se valiam da cláusula de escape. Ao formarem coligações, os partidos reservavam 30% das candidaturas de mulheres compreendo o conjunto de partidos e não os partidos individualmente. Isso sempre ocasionou um incremento muito tímido das mulheres na disputa das eleições
Algumas mudanças adotadas nos últimos anos podem, de fato, ser responsáveis por uma maior presença feminina nas eleições municipais. “Hoje, não teremos coligação proporcional, foram aprovadas cotas para que as mulheres tivessem acesso à verba proporcional nos fundos e isso são pequenos avanços que podem impactar no aumento das candidaturas femininas. No