A onda da contaminação das Fake News atinge as Vacinas contra o Covid -19
Professor da Faculdade de Medicina da Estácio de Juazeiro-BA, Dr. Antônio Wilton orienta sobre os cuidados necessários com a notícias falsas.
Postado em 15/01/2021 2021 20:23 , Saúde, Últimas Notícias. Atualizado em 15/01/2021 20:23
Este domingo, 17 de janeiro, é um dia decisivo para a saúde pública do Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), dará parecer sobre os pedidos de uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19, a CoronaVac (produzida pelo Instituito Butantan e pela SinoVac) e a vacina da FioCruz/Astrazenica/Oxford. No momento em que a maioria da população questiona quando vai receber a dose, parte dos brasileiros questiona se é seguro ou não se vacinar. Essa dúvida pode ser reflexo das Fake News.
A pandemia de Fake News
Quem navega pela internet, já pode ter visto informações como essas: vacinas alteram o DNA e contém chips implantados para controle das pessoas. Ou ainda, através de mensagens de WhatsApp, muitas pessoas já podem ter recebido mensagens afirmando que a vacina CoronaVac não é segura porque é chinesa e que causa infertilidade em mulheres.
Outras postagens garantem que a imunidade contra a Covid-19 dura pouco. Além disso, também não é difícil encontrar afirmações de que a vacina contra a Covid-19 tem que ter pelo menos 90% de eficácia para ser aprovada.
Para combater as afirmações duvidosas, recheadas de supostos estudos científicos, o farmacologista e professor da Faculdade de Medicina da Estácio de Juazeiro-BA, Dr. Antônio Wilton toca um projeto de extensão de combate às notícias falsas relacionadas às vacinas. O projeto de extensão na Estácio Medicina foi criado para dar assistência às mulheres em período gestacional para enfatizar a conscientização da importância das vacinas que são administradas durante o período gestacional. As estudantes conscientizam as mulheres a respeito da prática e mostram a importância tanto para a mãe como para a criança. Mas como agora vivemos uma enxurrada de fake news relacionadas às vacinas contra a Covid-19, o professor também está em alerta sobre essa seara.
Como identificar informações falsas?
Para ajudar as pessoas a identificar as informações falsas, Dr. Antônio Wilton traz orientações importantes. A começar pela identificação da fonte da informação. “Muitas pessoas se confiam no que os outros falam, muitas vezes nem são profissionais de saúde, ou no lêem (WhatsApp, Facebook, Instagram e Twitter). Isso leva a acreditarem em algo que não tem relevância científica nenhuma, na maioria das vezes é um trecho ou resumo do todo. Na dúvida devemos procurar profissionais de saúde atualizados sobre a doença, no caso a Covid-19 e também sobre suas formas de tratamento. Ir em busca dos artigos científicos ninguém quer. O que reduz, e muito, a credibilidade da informação. Claro que existem profissionais que vão em busca dos artigos científicos e fazem resumos didáticos a respeito, mas na maioria são pessoas sem o mínimo de conhecimento a respeito do assunto, como Microbiologia… Imunologia… Farmacologia… Não sabem o significado de eficácia Farmacológica ou imunidade (resposta imune ou apresentação de antígenos aos linfócitos) e querem dar palpite em assuntos sérios e que o momento faz com que uma informação seja primordial para a saúde de todos”, orientou o professor universitário.
O Jornal do Sertão selecionou afirmações inverídicas que podem acabar prejudicando a saúde pública, uma vez que colocam em xeque a segurança das vacinas em meio a uma pandemia. As respostas foram dadas pelo professor e farmacologista, Dr. Antônio Wilton.
A vacina pode infectar com o novo coronavírus?
Não. O que acontece quando tomamos uma vacina é uma reação do corpo frente a presença do antígeno (particula do vírus, morta ou enfraquecida, capaz de ativar a resposta imune). Em virtude dessa reação, muitas pessoas “pensam” que ficaram doentes, mas é normal reações como mal estar, febre, fadiga devido à resposta do corpo a vacina. A depender da idade ou comorbidades (outras doenças que a pessoa tenha) esses sintomas podem ser mais intensos e o profissional de saúde deve intervir com medicamento, quando necessário.
A vacina CoronaVac não é segura porque é chinesa?
Essa é nova. Não tem nada a ver a informação. As indústrias farmacêuticas que fizeram as vacinas são extremamente respeitadas no mundo todo. São empresas do ramo a muito tempo. Não importa onde estão localizadas, mas sim que permitam a qualidade e segurança de todos os produtos por elas disponibilizados.
A vacina pode causar outras doenças, como autismo ou doenças autoimunes?
Não. As vacinas são medicamentos com a intenção de PREVENIR doenças. A única coisa que causam é a imunidade, durante um intervalo de tempo (dias, meses ou anos). Gosto de dizer que a vacina é o assunto que um estudante tem que ver antes de fazer uma prova. Caso ele estude esse assunto, vai se dar bem. Caso ele não veja o assunto de forma adequada vai se dar mal. Como havia dito, você pode apresentar algumas reações como febre, fadiga e mal estar, mas são comuns e a depender da intensidade devem ser tratadas por profissionais de saúde.
JS Sáude