Sertão se prepara para o desafio da volta às aulas em fevereiro
Escolas públicas e privadas de Petrolina estão mobilizadas para o retorno gradual das aulas presenciais
Postado em 28/01/2021 2021 07:00 , Educação, Últimas Notícias. Atualizado em 06/02/2021 22:37
A pandemia causada pelo novo Coronavírus alterou todos os setores, principalmente o educacional. E mesmo com a vacinação dos grupos prioritários iniciada, ainda não há data específica para vacinação dos professores no Sertão Pernambucano. No entanto, o ano letivo deve ser iniciado no próximo mês de fevereiro, o que representa mais um desafio, não só para o Sertão, mas para todo o Brasil.
Retomada das aulas remotas
Poucas prefeituras sertanejas se posicionaram sobre o início das aulas do ensino infantil. Mas Petrolina já anunciou que, após diálogos com órgãos sanitários e da Educação, vai repetir a estratégia de 2020. Os estudantes da Rede Municipal receberão material impresso e terão assistência da equipe pedagógica para aulas remotas.
Retorno gradual das aulas presenciais
Na cidade sertaneja, 50 mil estudantes de Nova Semente, CMEIs e escolas, terão aulas online a partir do dia 3 de fevereiro. No entanto, a meta da Secretaria de Educação do município é o retorno gradual e seguro das atividades presenciais nos prédios escolares.
Por isso, uma série de ações estruturais estão sendo feitas para possibilitar a retomada das atividades presenciais ou semipresenciais ao longo do ano. “Em Petrolina, vamos trabalhar para possibilitar aos nossos alunos um retorno seguro às salas de aulas garantindo a eles um ensino de qualidade, mesmo em tempos tão adversos”, pontuou o secretário de Educação de Petrolina, Plínio Amorim.
Decisão compartilhada
Na rede privada, algumas escolas estão dialogando com os pais dos alunos para chegarem ao consenso sobre o formato de retomada das aulas. A secretária do Colégio Educar de Petrolina, Ana Paula Espinhara de Carvalho Ferreira, explicou que a escola está fazendo uma pesquisa de opinião.
“Estamos fazendo nossa divulgação, através do grupo de pais do colégio. Estamos no aguardo de uma pesquisa que fizemos sobre o método que os pais se sentem confortáveis. Está sendo um desafio, que está sendo bem dividido com os pais. Uns optam pelo ensino online, outros pelo presencial. Os nossos professores querem retornar à sala de aula, mas dependemos dos pais nessa luta de retorno”, afirmou a secretária.
Ainda segundo Ana Paula, as aulas estão previstas para o dia 08 de fevereiro e a instituição está preparada para os dois métodos. Por isso, claro, haverá exigência de uso de máscaras, distanciamento mínimo e higienização com álcool gel.
Consequências do isolamento social
Para a psicopedagoga, que também é diretora da Escola Intelecto, Andrea Santana, algumas crianças sentiram a ausência do ambiente escolar mais do que outras. “Tem crianças que tiveram acompanhamento em casa, que os pais tiveram tempo de dar o suporte que precisam. Crianças que tinham outras crianças em casa, que socializaram. Essas crianças não tiveram tanto prejuízo quanto aquelas que os pais trabalham o dia todo e não tiveram tempo de fazer o acompanhamento o dia todo”, destacou.
Experiência online
Sobre o desafio de fazer aulas remotas para crianças menores, a psicopedagoga destacou que não é possível sem auxílio dos pais. “Nós tivemos até crianças de 2 anos que tiveram aula online o ano todo. Mas porque os pais estavam lá, presentes. Assistindo, acompanhando com a criança. E a criança estava interagindo, tanto com o professor na tela, quanto com os pais em casa”, relatou Andrea Santana.
Ensino híbrido
A mescla de ensino remoto e presencial tem se apresentado como alternativa para algumas escolas particulares. Em Petrolina, a Escola Intelecto, que é dirigida pela psicopedagoga Andrea Santana, vai ofertar aulas presenciais em um turno e individualizadas em outro. “Para alguns pais que não estão seguros em mandar as crianças para a escola, por toda essa questão da vacinação que ainda não aconteceu em massa, vamos marcar horários”, contou a diretora.
Aulas remotas ou presenciais?
Como a participação dos pais ficou cada vez mais necessária na educação remota, outro reflexo que surgiu foi a exaustão deles. “As crianças sugam a energia do ambiente e são reflexo do ambiente em que vivem. Imagine essas crianças nesse convívio com os pais cansados, estressados, sem tempo para elas? E essas crianças precisam se desenvolver, precisam sair da tela. E tem todo um contexto a se desenvolver nelas, na parte da socialização, afetiva, cognitiva e na coordenação motora. Então, são muitas áreas que a gente precisa trabalhar nas crianças. E a escola é muito importante. As aulas remotas foram necessárias, mas não substituem uma escola”, finalizou Andrea.
JS Educação