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Pernambuco, 28 de março de 2024

Educação

Ensino híbrido e desafios para a educação na volta às aulas 

A neuropsicopedagoga e psicanalista, Hellen de Melo,  comenta sobre adaptações que escolas públicas e privadas terão que passar até o fim da pandemia para continuar com suas atividades

Postado em 05/02/2021 2021 19:00 , Educação, Últimas Notícias. Atualizado em 07/02/2021 08:48

Colunista
Jornalista ,

Imagem Divulgação

A partir de 1º de março, o estado de Pernambuco vai retornar gradativamente as aulas presenciais nas redes públicas estadual e municipais para os estudantes do ensino fundamental e infantil. O anúncio foi feito em pronunciamento transmitido pelo YouTube, ontem, 03 de fevereiro, pelo secretário de Educação e Esportes do Estado, Marcelo Barros.

E a rede particular?

O Governo de Pernambuco autorizou toda a rede particular de ensino desde outubro com calendário letivo próprio. No entanto, na coletiva Marcelo Barros destacou que todas estão obrigadas a adotar medidas para evitar aglomerações.

Hellen de Melo  Neuropsicopedagoga

Desafios da retomada do contato presencial na educação

O Jornal do Sertão aproveitou o tema e conversou com a neuropsicopedagoga e psicanalista, Hellen de Melo, que atua em Petrolina-PE, que também dá aulas nas faculdades particulares nos cursos de Neuropsicopedagogia e psicopedagogia. Hellen falou sobre o ensino híbrido, os desafios para as escolas e também para os alunos nesse retorno gradual ao modelo presencial. Vale explicar que a neuropsicopedagogia estuda a relação entre o sistema nervoso e a aprendizagem humana. 

Ensino híbrido e seus obstáculos no Sertão

Hellen de Melo traz um panorama da adaptação do ensino híbrido no Sertão. Para a neuropsicopedagoga, o formato pode trazer bons resultados para os estudantes.  

“Estamos vivenciando um momento muito delicado onde temos algumas falhas do processo de logística até a chegada da vacina, trazendo muitas dúvidas e preocupações por parte dos pais e profissionais nessa nova fase. No entanto, as escolas estão buscando alternativas para que possamos enfrentar esse momento tão desafiador no intuito de garantir o aprendizado. O formato híbrido, para muitas crianças e adolescentes, funciona. Para outros, no entanto, apresenta obstáculos e é nesses casos que as escolas devem criar alternativas de adaptações curriculares para melhor atender o aluno. Tudo é positivo quando se trata de envolvimento e cuidado de ambas as partes família/escola e, nesse contexto de pandemia, a prudência é a orientação educacional para os devidos cuidados como também, supervisão de eficácia para que tudo dê certo e possamos enfrentar esses novos tempos”, ponderou Hellen.

Retorno sem vacina e nem testagem em massa

A neuropsicopedagoga destacou que é visível o esforço das escolas na retomada das aulas. Mas como falar em segurança com relação à covid-19 dentro da escola, considerando que o Brasil não tem programa de testagem em massa e a vacina ainda está sendo aplicada no primeiro grupo prioritário? Para Hellen de Melo, é possível falar em segurança, mas “dentro do possível e da realidade que vivemos por isso a importância da supervisão de eficácia nesse processo, como o uso de máscaras, auto higiene, álcool 70, aferição de temperatura e estado clínico do aluno”, afirmou. 

Crianças e o uso de máscaras

Um dos grandes desafios dos educadores é garantir que as crianças façam uso constante da máscara dentro do ambiente escolar. E quando se trata de crianças com menos de 7 anos de idade, a dificuldade aumenta ainda mais. Por isso, Hellen fez uma breve ponderação sobre a maturidade infantil.

“Nem sempre é possível porque sabemos sobre a maturidade infantil, por esse motivo, foi liberado o uso para criança e pessoas com deficiência, no entanto é de suma importância um ambiente com higienização correta, e adultos com os devidos cuidados e diminuição do número de crianças na turma”, afirmou.

Palavra de mãe

Hellen é mãe de três filhos. Dois deles em idade escolar: um jovem autista de 15 anos e uma menina de 10 anos que tem TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Ela conta como está preparando os filhos nesse retorno à escola.

“Estou fazendo a psicoeducação para deixá-los cientes e em contato direto com a escola sobre as medidas possíveis e acompanhamento das mesmas. Não temos o ideal, mas é o que temos de possível até a chegada da vacina. Acredito numa sociedade com educação e está também devemos aperfeiçoar a cada dia com as necessidades vigentes. As escolhas de cada família devem ser respeitadas, seja presencial ou EAD, mas que todos participem da melhor forma do processo de educação dos seus filhos”, finalizou Hellen de Melo.

Etapas das escolas públicas 

O retorno das aulas será em três etapas e será opcional para os pais. No dia 1º de março voltam as aulas do para os alunos entre o 6° e 9º ano. No dia 8, voltam os estudantes do 1º e 5º ano. A partir do dia 15 de março, a autorização é para o ensino infantil.

A autorização vale para as redes municipais e para as escolas da rede estadual que têm alunos de ensino fundamental e infantil. Já os alunos do ensino médio voltam às aulas no modelo híbrido nesta quinta-feira, 4 de fevereiro.

JS Educação