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Pernambuco, 28 de março de 2024

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O futuro das Viagens 2.0 Por Marília Paes

Marília diz que o uso das tecnologias pode estar afetando e ainda irá afetar mais ainda, a indústria das viagens e do turismo.

Postado em 19/03/2021 2021 14:01 , Últimas Notícias, Viagens e Turismo. Atualizado em 19/03/2021 15:06

Colunista

Marília Paes Turismóloga Especialista em Planejamento e Gestão do Turismo

Gostaria de trazer, dessa vez, para a nossa coluna, um assunto tão atual e do qual a maioria de nós faz uso diariamente. Quero trazer aqui, uma análise de como o aumento do acesso e maior uso das tecnologias por todos nós, pode estar afetando e ainda irá afetar mais ainda, a indústria das viagens e do turismo.

Novas tecnologias

Sob a perspectiva das novas tecnologias em turismo e fazendo uma avaliação sobre a importância dessas informações que estão hoje sendo disponibilizadas para os consumidores; sabemos que é algo primordial para esse mercado e que tem causado verdadeiras mudanças disruptivas na forma de pensar e planejar uma viagem. Novos atores entram neste mercado, antes restrito às agências de viagens tradicionais, as transportadoras e à hotelaria tradicional.



E assim, hoje, as chamadas viagens 2.0, que surgem a partir do termo Web 2.0 e que se relaciona ao uso da internet pelo viajante, quando o mesmo busca organizar uma viagem têm revolucionado o mercado e empoderado os consumidores. Desta maneira, a adaptação das agências de viagens teve que acontecer. Atualmente, muitas existem apenas no formato online, as quais chamamos de OTA´s (Online travel Agency) ou no formato híbrido, com loja física e serviços online também. Porém, a inovação nessa indústria das viagens já é algo sem volta; é necessária e todos precisam estar adaptados ou se adaptarem rapidamente a essa nova realidade.

As plataformas

A entrada no mercado de plataformas como Airbnb, Booking, Decolar, Hotel Urbano e até o mais antigo Trip Advisor tem dado aos potenciais turistas um poder maior na hora de preparar e escolher seus pacotes de viagens. Desta maneira, os trabalhadores dessa cadeia produtiva de turismo precisam estar capacitados e preparados para adaptação à essas mudanças tecnológicas.

Confirmando tudo isso, um artigo publicado em um importante periódico de turismo – o Tourism Management Perspective (da Elsevier), pela autora Marianna Sigala, nos fala de três fatores importantes e que serão imprescindíveis para o bom uso dessas tecnologias emergentes em turismo, que são: conectividade, dados e inteligência.



Ou seja, a autora nos traz a importância de analisar a área de viagens e turismo, de forma abrangente e inteligente, com um olhar de 360 graus, por ser o turismo um fenômeno tão complexo e multifacetado. E estar sempre ciente que essas três características, precisam estar sempre interagindo para criar produtos inovadores e acessíveis. Essa conectividade e a quantidade de dados gerada precisam ser trabalhadas da melhor maneira possível para criar assim, uma experiência mais rica e de qualidade para os viajantes.

Você já imaginou que um smartwhatch, que são esses novos relógios inteligentes, que captam informações dos usuários, tais como batimentos cardíacos, pressão arterial e passos dados, e têm acesso à internet, podem se conectar com o restaurante que o turista está dando entrada e a partir dessas informações, o cardápio poder ser oferecido de acordo com as suas especificidades de saúde e preferências pessoais? Não, isso não é um futuro tão distante assim, de acordo com Sigala.

Robôs já estão sendo utilizados como atendentes e canais de informações em diversos hotéis ou supermercados pelo mundo, e neste momento, com a pandemia pela qual estamos passando, essas realidades chegarão com mais rapidez ainda.  E assim, essa interação e troca de informações findam por aumentar a experiência dos turistas e empoderar os fornecedores com informações para a tomada de decisão de quais serviços e produtos oferecer.

Contudo, isso só é possível, se um bom uso for feito de todo esse emaranhado de informações e dados e principalmente, se tudo isso for feito de forma ética e consensual com os viajantes, para que esses sejam beneficiados e não prejudicados por essa conectividade.

E aí, será que já estamos preparados para isso?

Quem é Marília Paes: Mestre em Geografia Urbana (UFPE), Especialista em Planejamento e Gestão do Turismo (UPE/FCAP), Bacharel emTurismo (UFPE).  Turismóloga (UFPE), mestre (UFPE) e doutoranda (UFRN) em Turismo, idealizadora da Qualiconsulte onde atua como consultora de hospitalidade e qualidade em serviços.