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Pernambuco, 26 de março de 2024

Educação

Uma reflexão sobre a docência. Por Diedson Alves

Na semana alusiva ao dia do proessor Diedosn faz uma reflexão sobre a docência: significado, relevância e legado. Texto extraído do livro PROFESSORES QUE INSPIRAM – VALE EDITORA

Postado em 12/10/2021 2021 17:53 , Educação. Atualizado em 12/10/2021 18:01

Colunista

Prof. Diedson Alves Mestre em Ciência da Educação

Feliz daqueles que têm a capacidade de criar um tempo dentro de outro tempo. Parece algo impossível, mas, é possível ser luz na escuridão, ser sorriso nas lágrimas, ser dia na noite, ser paz na guerra e ver sucesso na crise.

Imagine-se num momento de tristeza, você encontra uma pessoa que gosta muito, naquele momento, cria-se um tempo paralelo em que passar horas com aquela pessoa parecem minutos, segundos. O mesmo acontece quando estamos envolvidos num bom filme, um bom livro, uma série fantástica. Como o tempo passa rápido e fica aquele gostinho de quero mais! A saudade já toma de conta, mesmo antes do final, mesmo antes da despedida.

Assim é a sala de aula, um espaço onde o professor encontra diversas possibilidades de criar, um tempo paralelo, que mesmo num contexto de crise, de incertezas, de guerras, de pandemias, se estabelece um vácuo, em que sonhar é possível, prosperar é possível, vencer os obstáculos é possível, abrir novas perspectivas, olhares e horizontes torna-se realidade.

O envolvimento com os conteúdos, o diálogo sincrônico professor e aluno se encontram, o sorriso, o brilho no olhar, a satisfação, quando esse time ocorre a aula passa muito rápido e, quando o sino toca, sente-se aquele suspiro e com ele o questionamento: já acabou?!.

O tempo dentro de um tempo ocorreu. Acontecendo aquilo que Clóvis de Barros tão bem definiu – “Felicidade é aquele momento que eu não quero que acabe, mas já que acabou eu quero viver novamente.”. Que a próxima aula seja tão envolvente como foi a última.

Com isso, consigo responder a primeira pergunta que me foi feita no início da minha docência e que me leva a reflexão constante: O que seria dar uma boa aula? E, exatamente com esse relato, encontro a resposta – viver um ambiente mágico de conflitos, de desafios, de complexidade, de eterna reflexão, onde a sala de aula constituiu no grande espaço de construção de sonhos, de transformação social não permitindo lacunas para desânimos, tristezas, desesperança e crises.

É interessante a forma que o magistério é apresentado a um futuro professor. A impressão que se tem, para a maioria de nós educadores, é que não escolhemos a profissão e sim, fomos escolhidos por ela. Quando menos imaginamos já estamos na sala de aula, sendo testados das mais diversas formas. Comigo não foi diferente, acrescento ainda, minhas referências, tive a felicidade de ser contagiado por vários professores que me inspiraram.

A intimidade que esses mestres dominavam os conteúdos, a precisão em tirar as dúvidas, pareciam adivinhar nossas perguntas, a boa vontade de ensinar, a alegria em ver nosso progresso, o amor pela profissão, o equilíbrio em cobrar, em exigir sem constranger e, principalmente, o brilho no olhar em nos encontrar trilhando os caminhos construídos por eles, assim esses mestres se imortalizam com exemplos, dedicação e inspiração.

Bebendo nessas fontes, me fiz forte, pude ver mais longe, por estar alicerçado em “ombros de gigantes”. “Condenado à esperança” tornei-me um dos grandes defensores das licenciaturas, por me identificar com a sublime tarefa de ensinar, pelo ato de resistência que é ser professor no nosso país e pelo impacto positivo que a docência provoca no desdobramento de infinitas profissões em infinitas áreas.  POR TUDO ISSO! UM BRINDE A TODOS OS PROFESSORES DO BRASIL EM ESPECIAL DO NOSSO SERTÃO PERNAMBUCANO!!!!