Os principais valores das Arretadas são colaboração, sustentabilidade, inovação e apropriação territorial do Vale do São
Francisco e do Nordeste

Em meio ao cenário da pandemia, em junho de 2021, nascia a Casa das Arretadas, um espaço colaborativo de negócios com foco em estimular a cultura local, a geração de renda, no Vale do São Francisco e em seu entorno. Lua Trindade, uma das idealizadoras do projeto, pretende também incentivar as empreendedoras a participar de eventos e fazer network.

O espaço está localizado na cidade de Petrolina, mas os empreendedores querem ir mais além e serem reconhecidos por serem inovadores, criativos, sustentáveis, com a cara do sertão pernambucano.

“Esse espaço acolhe e inclui uma comunidade que apoia e empodera pessoas que empreendem no Vale do São Francisco”, ressaltando que não é exclusivamente feminino, “apesar de sermos a maioria”, explica Lua Trindade.

Novo cenário econômico

Lua Trindade, uma das idealizadoras do projeto Casa das Arretadas

Lua Trindade acredita que atualmente todos vivem um novo cenário econômico. Nesse contexto, na opinião dela, as pessoas estão modificando seu comportamento enquanto consumidor, passando a adotar um consumo mais consciente, uma nova mentalidade de consumir do pequeno produtor e do empreendedor local vem se tornando algo cada dia mais frequente.

No entanto, mesmo com diversas pessoas, conquistando o sonho do negócio próprio, muitas dificuldades são enfrentadas no dia-a-dia, especialmente para manter financeiramente um espaço físico para sua atividade.

Pensando nessa problemática, a Casa das Arretadas torna-se uma aliada, pois além de disponibilizar um local adequado para negócios também é um espaço para a troca de ideias, experiências e cooperação, reforçando o conceito de lojas colaborativas.

“Uma alternativa vantajosa para os empreendedores compartilharem custos, divulgarem e comercializarem seus produtos e serviços, contribuindo para a fidelização de um público consumidor e, consequentemente, para a consolidação da marca ou imagem dos produtos ou serviços”, ressaltou Luana.

Negócios no Sertão

Os negócios, que envolvem homens e mulheres como já citado, têm como foco na colaboração e na comercialização de produtos, principalmente regionais, disseminando a cultura nordestina e impactando o comércio local. A loja colaborativa tem 30 inquilinos com produtos, serviços e bodega.

Isabela Teartes é uma das inquilinas, cujo negócio é o artesanato em tear com fios de algodão. Ela faz redes, tapetes, mantas, capa de almofada e tudo que pode ser fabricado com fios de algodão.

A artesã comercializa seus produtos no espaço junto com os outros 29 inquilinos arretados, entre eles, Rodrigo Frazão, poeta que empreende por meio da poesia. Rodrigo tem um livro publicado e utiliza as poesias estampando-as em canecas, camisas e quadros, tudo disponibilizado na Casa das Arretadas.

Os dois empreendedores foram convidados por Lua Trindade a integrar o espaço no mês da inauguração, há nove meses e garantem que suas vidas mudaram para melhor.

Luana explicou à reportagem do JS que o faturamento ainda oscila, a Casa das Arretadas já chegou a faturar R$28 mil , mas nos últimos meses o faturamento chegou a uma média de R$15 mil.