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Pernambuco, 30 de novembro de 2024

Cidades

Serra do Giz: uma viagem na pré-história nordestina

Muito tempo atrás, seres humanos pré-históricos fizeram do Leitão da Carapuça sua moradia. A comprovação vem por meio das inscrições rupestres nas paredes das rochas da Serra do Giz, que tornam a região um importante sítio arqueológico da pré-história nordestina

Postado em 14/08/2022 2022 17:02 , Cidades. Atualizado em 14/08/2022 17:03

Jornalista ,

Para conhecer o passado do Leitão da Carapuça e continuar a nossa viagem, é preciso voltar no tempo. Se hoje as belezas naturais da comunidade são atrativos para os turistas, passado foram o lar de seres humanos pré-históricos. Ao subir até a Serra do Giz, visitantes podem contemplar a paisagem e confirmar que o local abriga um importante pedaço da pré-história nordestina.

 


A Serra do Giz atrai turistas, estudantes e pesquisadores. A Unidade de Conservação abriga dezenas de espécies de fauna e flora, além de preservar a história dos primeiros seres humanos que habitaram a região. Foto: Acervo da Comunidade, 2022.

Lá dá para saber que ela tem esse nome devido aos depósitos de arenito que ficam sob um banco de argila branca e fina, o qual é chamado de “giz” pelos moradores.

“Giz” que dá nome à Serra. Foto: Acervo da Comunidade, 2022.

O local atrai visitantes e aventureiros que buscam apreciar a paisagem, além de excursões escolares que apresentam aos estudantes o passado do Leitão e um pouco sobre a história da ocupação da região.  

Ciclistas do Afogados Bike Club realizam passeio no Leitão da Carapuça. Foto: Acervo da Comunidade, 2022.

O acesso é feito por uma trilha onde há um paredão de rochas com inscrições rupestres de coloração avermelhada. “Sempre recebemos pessoas que vêm conhecer a comunidade, as inscrições rupestres e a Serra do Giz”, lembra Sebastião, líder da comunidade.
As inscrições rupestres são incentivo também para pesquisadores que buscam investigar as pinturas e as gravuras reproduzidas nas paredes pelos seres humanos pré-históricos, provavelmente com o objetivo de registrar os principais acontecimentos de suas tribos. “As pinturas rupestres existentes na localidade, juntamente com alguns pontos para contemplação da bela paisagem, atraem muitos pesquisadores e turistas, conferindo à área grande potencial para exploração turística”, informa a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).


Inscrições rupestres nas paredes das rochas chamam atenção dos visitantes e preservam a pré-história nordestina. Foto: Acervo da Comunidade, 2022.

O sítio arqueológico possibilita à população conhecer e ver de perto indícios dos primeiros seres humanos que habitaram a região.

Além disso, a Serra do Giz abriga várias espécies de fauna e flora típicas da Caatinga. Por isso, no Leitão da Carapuça foi criada a Unidade de Conservação (UC) do bioma, reconhecida como Refúgio de Vida Silvestre (RVS).
A Serra do Giz se tornou um RVS há 3 anos, em junho de 2019, por meio do decreto nº 47.557. De acordo com a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), abriga 66 espécies de 19 famílias botânicas, além de 116 espécies de animais catalogadas, como o gato-do-mato, que corre risco de extinção.
Ela possui uma área de 310 hectares, entre Afogados da Ingazeira e Carnaíba, que, segundo a CPRH, tem o propósito de proteger o bioma Caatinga. “Apresenta grande riqueza de fauna e flora, e grande potencial para conservação, mantendo seus serviços ambientais e biodiversidade. A proteção e a conservação de áreas da Caatinga não se resumem apenas em evitar a diminuição da diversidade desta região, também está intimamente associada à manutenção de processos ecológicos e serviços ambientais essenciais à sociedade”, emite a CPRH.

Biodiversidade da Caatinga. Foto: Acervo da Comunidade, 2022.

Além de preservar a fauna e a flora da Caatinga, a comunidade do Leitão da Carapuça protege a pré-história nordestina e resiste aos desafios.