Marçal pode ter crescido rápido demais
A ascensão rápida de Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela prefeitura de São Paulo, conforme indicam os números da nova pesquisa Datafolha, levanta uma questão importante sobre a sustentabilidade de seu crescimento eleitoral. Com 21% das intenções de voto, Marçal se aproxima perigosamente de Guilherme Boulos (PSOL), que lidera com 23%, e supera o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que aparece com 19%. No entanto, há um risco evidente para Marçal de que esse crescimento tenha ocorrido cedo demais, expondo-o à intensa desconstrução por parte de seus adversários — uma situação semelhante à enfrentada por Delegada Patrícia Domingos nas eleições municipais de 2020 no Recife.
Postado em 24/08/2024 2024 06:03 , Política. Atualizado em 23/08/2024 21:27
Em 2020, Patrícia surgiu como uma candidata extremamente competitiva, conquistando rapidamente uma parcela significativa do eleitorado. Contudo, ao crescer antes do tempo, ela se tornou alvo de ataques coordenados, o que resultou em sua gradual desconstrução. Ela foi derrotada justamente por não conseguir sustentar sua imagem e narrativa diante das investidas de seus oponentes mais experientes. Marçal corre o mesmo risco ao se posicionar como uma figura de destaque no início da corrida eleitoral, especialmente ao adotar um discurso radical e ataques diretos contra Boulos e Nunes.
Além disso, a força da máquina política de Ricardo Nunes não pode ser subestimada. Como prefeito em exercício, ele tem à sua disposição recursos e apoios institucionais significativos, incluindo o suporte do ex-presidente Jair Bolsonaro. Embora tenha perdido terreno entre os eleitores bolsonaristas para Marçal, Nunes ainda conta com uma estrutura de campanha robusta e uma base eleitoral consolidada que pode ser decisiva, especialmente em um eventual segundo turno.
Guilherme Boulos, apesar de sua liderança nas pesquisas, enfrenta o desafio de se firmar como uma alternativa viável para o eleitorado mais amplo. Sua candidatura é limitada pelo viés ideológico e pelo histórico de derrotas, o que pode torná-lo vulnerável a ser superado por Nunes ou Marçal em um confronto direto no segundo turno.
Assim, é provável que Ricardo Nunes, com sua postura de centro e apoio institucional, tenha uma vantagem estratégica. Seja enfrentando Marçal, cuja campanha corre o risco de desmoronar sob o peso da própria antecipação, ou Boulos, que pode não conseguir mobilizar apoio suficiente fora de sua base, Nunes se posiciona como o candidato mais equilibrado e com maiores chances de vitória na disputa pela prefeitura de São Paulo.
Sintonia – É clara a sintonia entre a presidente do PL Mulher Recife, a pastora Flávia Santos, e a presidente nacional do PL Mulher , Michelle Bolsonaro. As duas defendem causas sociais semelhantes em defesa dos autistas e pessoas com deficiência. Esta semana estiveram juntas gravando pro guia eleitoral da pastora Flávia Santos, candidata à vereadora do Recife.
Ouvidores – Pernambuco recebeu nesta sexta-feira (23) o IX Colégio de Ouvidores da OAB, reunindo representantes de várias seccionais do país para debater e compartilhar experiências sobre a importância da ouvidoria no fortalecimento da advocacia. O evento, sediado na OAB-PE, contou com a presença do presidente Fernando Ribeiro Lins, da vice-presidente Ingrid Zanella, e do ouvidor do Conselho Federal da OAB, José Noronha, que enfatizaram o papel fundamental da ouvidoria na escuta ativa da advocacia e na melhoria contínua dos serviços prestados.
Liderança – O PL e o União Brasil destacam-se nas disputas eleitorais nas 103 maiores cidades brasileiras, de acordo com um levantamento do Estadão/Broadcast Político baseado nas pesquisas de intenção de voto registradas no TSE. O PL lidera com 21 candidatos à frente, enquanto o União Brasil segue de perto com 20, evidenciando a força política dessas siglas no início da campanha eleitoral municipal. O PL se destaca em cidades como Belo Horizonte, Fortaleza e Maceió, enquanto o União Brasil mantém uma hegemonia significativa em Salvador com Bruno Reis.
Recuperação – Com 15 candidatos competitivos nas 103 maiores cidades do Brasil, o PT tenta recuperar o protagonismo perdido nas últimas eleições municipais, conforme levantamento do Estadão/Broadcast Político. A legenda espera alavancar suas candidaturas com o apoio do presidente Lula e recursos do Orçamento federal, visando retomar espaço nas principais cidades do país. O partido figura em terceiro lugar no ranking de candidaturas que lideram as pesquisas ou estão empatadas dentro da margem de erro.
Inocente quer saber – Quem disputará o segundo turno pela prefeitura de São Paulo?