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Pernambuco, 05 de setembro de 2024

Economia

Informação e Comunicação: Segmento Registra Declínio no Setor de Serviços ao Longo da Década

A atividade de Telecomunicações foi a que mais perdeu participação na receita operacional líquida em dez anos

Postado em 04/09/2024 2024 13:43 , Economia. Atualizado em 04/09/2024 13:43

O segmento de informação e comunicação, que em 2013 liderava a receita bruta de serviços em 14 unidades da federação, perdeu seu protagonismo em 2022, não sendo mais o principal responsável pela maior fatia dessa receita em nenhuma delas. Esse declínio está diretamente relacionado à queda na participação das telecomunicações.

Entre as 34 atividades analisadas, o setor de Tecnologia da Informação se destacou como o maior ganhador de participação na última década, permanecendo dentro do grupo de serviços de informação e comunicação.

Por outro lado, a maior fatia na receita operacional líquida em 2022 foi ocupada pelo Transporte Rodoviário de Cargas, que representou 13,1% do total.

Em 2022, o número de empresas prestadoras de serviços não financeiros ativas no Brasil chegou a 1,6 milhão, empregando 14,2 milhões de pessoas, o maior contingente registrado na série histórica da Pesquisa Anual de Serviços (PAS).

Entre 2013 e 2022, o setor de serviços não financeiros registrou um aumento de 1,7 milhão de trabalhadores, equivalente a um crescimento de 13,9%. Esse incremento foi impulsionado principalmente pelos Serviços Técnico-Profissionais, com 508 mil novas vagas, e pelos Serviços de Escritório e Apoio Administrativo, que adicionaram 393,5 mil postos de trabalho.

O número de empregados no setor de serviços não financeiros em 2022 superou em 10,3% o patamar pré-pandemia, um acréscimo de 1,3 milhão de ocupados em comparação a 2019.

Entretanto, no mesmo período, houve uma redução de 92,4 mil trabalhadores nos serviços voltados principalmente às famílias, com destaque para a queda de 112,5 mil postos de trabalho na atividade de serviços de alimentação.

O segmento de informação e comunicação perdeu participação no setor de serviços do país em dez anos. Em 2013, esse segmento era predominante na receita bruta de serviços de 14 unidades da federação e, em 2022, não prevalecia em nenhuma delas. Os dados são da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) e foram divulgados hoje (28) pelo IBGE.

Essa retração do segmento está relacionada principalmente ao desempenho de uma de suas cinco atividades. “Um dos motivos para isso ter ocorrido foi a perda de receita da atividade de telecomunicações, que é composta pelas empresas de telefonia. Nós observamos uma mudança de comportamento de pessoas que param de usar o telefone como forma de se comunicar e passam a usar mais a Internet, com os aplicativos de mensagens”, explica o analista da pesquisa, Marcelo Miranda.

Por outro lado, em 2022, o segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares era predominante na receita bruta de serviços da maior parte (22) das unidades da federação. Em 2013, esse setor predominava em 10 UFs.

O total estimado para a receita bruta apurada pelas empresas prestadoras de serviços não financeiros foi de R$3,1 trilhões, sendo 97,4% desse total gerado pela atividade de prestação de serviços e o restante, pelas atividades secundárias dessas empresas, o que inclui operações industriais, de construção e de revenda de mercadorias.

A perda de participação do segmento de informação e comunicação também ocorreu na receita operacional líquida (ROL) dos serviços, quando se subtraem as vendas canceladas, os descontos incondicionais e os impostos incidentes, estimada em R$ 2,7 trilhões em 2022. “No início da série histórica, em 2007, esse segmento era o mais relevante. Ele correspondia a 31,2% da receita operacional líquida no setor de serviços do país e desde então vem caindo gradativamente. No período da pandemia, ficou estável de 2019 para 2020, mas veio caindo pouco a pouco nos anos seguintes”, destaca o pesquisador.

Foi um movimento parecido com o da própria atividade de telecomunicações, que, em 2013, tinha participação de 13,4% na geração de receita operacional líquida, a maior entre as atividades, e caiu 6,7 pontos percentuais (p.p.) desde então.