
Incontinência Urinária Feminina: Um problema Comum, mas que tem Solução
Identifique os sinais de incontinência e como a fisioterapia pélvica pode prevenir e promover qualidade de vida
Postado em 18/02/2025 2025 16:16 , Coluna Saúde Pélvica. Atualizado em 18/02/2025 13:27
Mestranda em Ciência e Tecnologia em Saúde
Pós-Graduada em Fisioterapia Pélvica
A prevalência de incontinência urinária (IU) é influenciada por fatores como o sexo, a idade, obesidade e condições de saúde associadas, o que explica as variações entre populações diferentes. Um estudo de pesquisa populacional nos Estados Unidos da América, envolvendo 5.006 mulheres, entre os anos de 2015-2018 sobre a prevalência de IU feminina, revelou que mais de 60% dessa população apresentava qualquer tipo de IU. Dado que chama a atenção para os cuidados de prevenção e tratamento das disfunções pélvicas – IU, na saúde da mulher.
De acordo com a International Society of Continence (ICS), a IU se refere a perda involuntária de urina, ou seja, quando ocorrem escapes de urina sem querer. Essa é uma condição que pode acometer mulheres e homens, desde crianças a idosos e gestantes. E embora, seja uma situação subnotificada e comum na população mundial geral, perder urina sem querer não é normal, e tem tratamento.
Os escapes de urina durante o dia a dia pode ser uma situação embaraçosa, capaz de impactar negativamente na qualidade de vida de uma pessoa, ainda mais, quando se trata da mulher idosa, favorecendo o isolamento social em decorrência dos desconfortos que a IU causa; porém, essa condição pode ser temporária, uma vez que têm reabilitação com a fisioterapia pélvica.
Alguns sinais e sintomas são bem característicos de IU, dentre eles pode-se citar:
– Urgência para urinar seguida de escapes
– Perda de urina ao tossir, espirrar ou correr
– Frequência miccional aumentada (ir várias vezes ao banheiro para urinar durante o dia) com algum escape antes ou após
– Perda de urina durante os exercícios físicos como pular, carregar peso, agachar
Naturalmente, esse é um estado que pode ser prevenido na maioria das vezes, a partir de alguns cuidados com a saúde pélvica indicados pela ICS, como:
– Manutenção do peso saudável – o peso em excesso gera sobrecarga na musculatura do assoalho pélvico (estrutura composta por músculos na parte inferior da “bacia” que conferem sustentação dos órgãos da pelve, ajuda na função de contenção urinária e fecal, e auxilia na função sexual) podendo enfraquecê-lo.
– Gerenciamento da constipação (prisão de ventre) – evitar esforço excessivo durante as evacuações, reduz a sobrecarga na musculatura do assoalho pélvico.
– Exercícios para o Assoalho Pélvico – exercícios prescritos por profissional especializado, de modo individualizado e condizente ao aspecto cinético-funcional de cada pessoa.
Além desses, os cuidados com a hidratação adequada e atividade física, entram como complementos na prevenção da IU.
A Fisioterapia Pélvica é uma especialidade que visa tratar os distúrbios e disfunções que envolvem a pelve, e desempenha papel fundamental no tratamento das incontinências urinárias, realizando uma abordagem não invasiva e altamente eficaz para o tratamento da IU. Tendo como objetivo reabilitar a musculatura do assoalho pélvico, melhorando a função muscular e promovendo o controle sobre a bexiga.
Estudos demonstram que a fisioterapia pélvica pode reduzir ou eliminar os sintomas de IU em até 70% dos casos, dependendo da gravidade e da adesão ao tratamento. Entre as principais intervenções aplicadas no tratamento, usa-se de cinesioterapia, biofeedback por eletromiografia, eletroestimulação, neuromodulação, terapia comportamental e outros.
A IU não precisa ser enfrentada sozinha, e a fisioterapia dispõe de resolução eficaz, acessível e cientificamente validada. Procurar ajuda profissional é o primeiro passo para superar esse problema e recuperar a autoestima e autonomia.
Se precisar de mais informações ou orientações, consulte uma fisioterapeuta pélvica especializada em saúde pélvica!
Fontes:
Patel, U. S. et al. Updated Prevalence of Urinary Incontinence in Women: 2015-2018 National Population-Based Survey Data. Female Pelvic Med Reconstr Surg. 2022, v. 28, n. 4, pp.181-187. Disponível em: https://journals.lww.com/fpmrs/abstract/2022/04000/updated_ prevalence_of_urinary_incontinence_in.1.aspx
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Wallace, S. L.; Miller, L. D.; Mishara, K. Pelvic floor physical therapy in the treatment of pelvic floor dysfunction in women. Curr Opin Obstet Gynecol. v. 31, n. 6, pp. 485-493. 2019. Disponível em: https://journals.lww.com/co-obgyn/abstract/2019/12000/pelvic_floor_physical_ therapy_in_the_treatment_of.19.aspx