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Pernambuco, 10 de março de 2025

Coluna Saúde Pélvica

Incontinência Urinária: tipos e causas

Conheça os principais tipos de incontinência e como buscar ajuda!

Postado em 09/03/2025 2025 10:17 , Coluna Saúde Pélvica, Saúde. Atualizado em 09/03/2025 12:37

Colunista

Mestranda em Ciência e Tecnologia em Saúde
Pós-Graduada em Fisioterapia Pélvica

A atividade de continência urinária é a capacidade funcional que o sistema urinário inferior possui para conter e eliminar a urina voluntariamente, sendo considerada uma ação normal do organismo. Quando essa função fica comprometida, pode desencadear um quadro de perda involuntária de urina, ou seja, quando ocorrem escapes de xixi sem querer. A essa condição dá-se o nome de incontinência urinária (IU).

A incontinência urinária é um problema de saúde pública no mundo, acometendo desde crianças até idosos. No Brasil, a prevalência dessa condição é duas vezes maior no público feminino – cerca de 35% em mulheres acima dos 40 anos de idade e 40% nas gestantes. Nos homens, a IU atinge 18,3% dessa população, sendo mais recorrente quando submetidos à prostatectomia (cirurgia da próstata).

Essa condição afeta a qualidade de vida das pessoas, pois tem um impacto negativo na saúde e no convívio social. No entanto, pode ser revertida por meio de consulta clínica e tratamentos especializados. Conhecer os tipos e causas da IU é essencial para preveni-la e buscar a ajuda adequada para tratá-la.

Existem diferentes tipos de IU. Os principais, destacados por sua prevalência, são:

  • Incontinência Urinária de Esforço (IUE) – caracteriza-se pelos escapes de urina nos momentos em que há esforço, como tossir, espirrar, pular, carregar peso, agachar, entre outros. Isso ocorre devido à pressão abdominal durante os esforços, capaz de gerar estresse na bexiga urinária. Esse tipo é mais frequente em mulheres, devido à sua anatomia óssea, sobrecarga nos órgãos e musculatura pélvica durante a gestação e menopausa.
  • Incontinência Urinária de Urgência (IUU) – manifesta-se por uma vontade súbita e intensa de urinar. Ou seja, uma vontade inesperada de ir ao banheiro, mas a perda de xixi ocorre antes mesmo de a pessoa chegar ao local adequado. Esse tipo de IU está associado a uma atividade elevada (hiperatividade) da musculatura da bexiga e a uma disfunção do assoalho pélvico.
  • Incontinência Urinária Mista (IUM) – trata-se da combinação da IUE e da IUU, ou seja, a pessoa perde urina tanto aos esforços quanto ao sentir uma necessidade urgente de urinar. Esse tipo é comumente identificado na população idosa feminina.
  • Incontinência Urinária por Transbordamento (IUT) – ocorre quando há um acúmulo de urina na bexiga, pois ela não consegue ser esvaziada completamente, fazendo com que a pessoa perca urina involuntariamente devido ao transbordamento. Esse tipo é frequente no público masculino quando há hiperplasia prostática benigna (aumento da próstata), que, por uma ação mecânica, dificulta a saída da urina. Pode ocorrer também em pessoas com diabetes e pacientes neurológicos.

As causas da IU podem variar de acordo com o tipo. Dentre os principais fatores que causam a incontinência, incluem-se:

  • Disfunções na musculatura do assoalho pélvico – fraqueza muscular e baixa resistência decorrentes de gestações, partos, cirurgias na região da pelve e envelhecimento.
  • Alterações hormonais – a menopausa reduz hormônios como o estrogénio, favorecendo o enfraquecimento tecidual da uretra e da bexiga.
  • Problemas neurológicos – doenças como Parkinson, acidente vascular encefálico (AVE) e esclerose múltipla podem afetar o controle vesico-uretral.
  • Obesidade – o excesso de peso abdominal gera pressão sobre a bexiga e a musculatura do assoalho pélvico.
  • Infecções urinárias recorrentes – podem causar irritação na bexiga, levando à incontinência temporária.
  • Uso de medicamentos – alguns fármacos, como anti-hipertensivos, antidepressivos e sedativos, podem afetar o controle miccional.
  • Cirurgias e doenças da próstata – o aumento da próstata ou cirurgias nessa glândula podem comprometer o controle urinário masculino.

Prevenção
Para prevenir a IU, é importante adotar hábitos saudáveis, como:

  • Manter o peso corporal adequado.
  • Praticar exercícios para o assoalho pélvico.
  • Evitar o consumo excessivo de café e álcool.
  • Evitar o tabagismo.
  • Manter boa hidratação.
  • Ir regularmente ao banheiro, evitando segurar o xixi por muito tempo.

Se você apresenta sintomas de incontinência urinária, é fundamental procurar ajuda clínica especializada em uroginecologia. O diagnóstico é feito por meio de anamnese, testes e exames clínicos específicos, permitindo identificar o tipo de perda urinária e direcionar o tratamento adequado.

A reabilitação da IU pode incluir fisioterapia pélvica/uroginecológica, mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em alguns casos, procedimentos cirúrgicos.

A IU não precisa ser um tabu social, pois há tratamento capaz de recuperar a função de continência urinária, promovendo bem-estar e qualidade de vida. Se você ou alguém que conhece enfrenta essa condição, não hesite em buscar orientação especializada!

Fontes:
1. Sociedade Brasileira de Urologia – SBU. Incontinência urinária afeta a vida de mais de 10
milhões de pessoas no País. s/d.
2. Bergo et al. Incontinência urinária: prevalência, classificação e manejo na população adulta.
Brazilian Journal of Health Review. 2024.
3. Alencar-Cruz; Lira-Lisboa. O impacto da incontinência urinária sobre a qualidade de vida e
sua relação com a sintomatologia depressiva e ansiedade em mulheres. Rev. salud pública 21 (4)
03 Fev 2023Jul-Aug 2019.

Profª. Lays Anorina – Fisioterapeuta Pélvica
Mestranda em Ciência e Tecnologia em Saúde
Pós-Graduada em Fisioterapia Pélvica
IG: @laysanorina2
E-mail: laysanorina@gmail.com