

Alerta infecções dentárias: riscos, prevenção e cuidados
Entre os riscos sistêmicos, estão condições graves como septicemia, endocardite bacteriana e até abscessos cerebrais
Postado em 20/08/2025 10:27
Uma infecção dentária em adultos vai muito além da dor. Ela pode trazer riscos locais, como a perda do dente e destruição óssea, e evoluir para complicações graves em todo o corpo. O alerta é do médico-cirurgião Dr. Juliano Borelli. Ele explica que, se não tratada a tempo, a infecção pode atingir a corrente sanguínea, o coração e até o cérebro.
“É um erro pensar que dor de dente é algo simples. Uma infecção pode provocar abscessos, danos irreversíveis ao nervo e até levar à perda do dente. Mas o mais grave é quando a bactéria se espalha e compromete outros órgãos”, alerta o especialista.
Entre os riscos sistêmicos, estão condições graves como septicemia, endocardite bacteriana e até abscessos cerebrais. “Essas complicações podem resultar em internações prolongadas, sequelas neurológicas e, em casos extremos, até morte. Por isso, nunca se deve postergar o atendimento quando os primeiros sinais aparecem”, reforça Borelli.
A prevenção ainda é o caminho mais seguro. Manter uma rotina de higienização adequada e consultas regulares ao dentista são medidas essenciais. “Dor espontânea, inchaço, febre, mau hálito e sangramento na gengiva são sinais de que algo não está bem. Ignorar esses sintomas pode custar caro para a saúde”, adverte o médico.
Para o Dr. Juliano, a mensagem é clara: não negligencie uma dor de dente. “A saúde bucal está diretamente ligada à saúde geral do organismo. Buscar atendimento imediato pode salvar não apenas um dente, mas também a vida do paciente.”
COMPLICAÇÕES:
Abscessos dentários:
Um abscesso é uma coleção de pus que se forma devido à proliferação de bactérias na região do dente ou gengiva. Ele provoca dor intensa, inchaço visível, vermelhidão e, em alguns casos, pode gerar febre e dificuldade para abrir a boca ou engolir. Se não tratado, o pus pode se espalhar para tecidos próximos, inclusive para o pescoço e a face, comprometendo vias respiratórias.
Septicemia (infecção generalizada):
Quando a infecção ultrapassa a região oral e chega à corrente sanguínea, ocorre a septicemia — um quadro potencialmente fatal. Os sintomas vão além da boca: febre alta, calafrios, taquicardia, queda de pressão e confusão mental. Nessa fase, o paciente precisa de internação imediata e tratamento com antibióticos venosos. Sem intervenção, a septicemia pode levar à falência múltipla dos órgãos.
Endocardite bacteriana:
Essa é uma complicação menos comum, mas extremamente grave. A bactéria que sai de uma infecção dentária pode alcançar o coração e se alojar nas válvulas cardíacas. Pessoas com doenças cardíacas pré-existentes ou válvulas artificiais têm maior risco. Os sintomas incluem febre persistente, calafrios, sudorese noturna, falta de ar e cansaço extremo. A endocardite pode causar insuficiência cardíaca e requer antibióticos potentes ou até cirurgia cardíaca.
Por que o alerta é urgente?
Uma dor de dente que parece banal pode ser a porta de entrada para doenças que colocam a vida em risco. Por isso, sinais como dor persistente, inchaço, mau hálito e febre devem ser interpretados como pedidos de socorro do corpo. A ida imediata ao dentista é a forma mais segura de evitar que uma infecção simples evolua para quadros complexos.
O QUE FAZER?
Higienização correta: escovação após as refeições e uso diário de fio dental.
Visitas periódicas ao dentista: fundamentais para identificar precocemente inflamações.
Atenção aos sinais de alerta: dor forte, inchaço, dificuldade para mastigar e febre.
Procure atendimento médico imediato se notar sintomas persistentes.