

Estudantes recorrem à inteligência artificial, mas ainda falta orientação nas escolas
Ferramentas de IA já fazem parte da rotina dos estudantes, mas especialistas alertam que falta preparo das escolas para orientar o uso responsável da tecnologia.
Postado em 17/09/2025 10:50
Cada vez mais presente no cotidiano, a inteligência artificial (IA) já entrou de vez nas salas de aula. Ferramentas como ChatGPT e Gemini estão entre as principais aliadas dos estudantes brasileiros na hora de pesquisar conteúdos escolares. No entanto, apesar do uso crescente, muitos jovens ainda não recebem a orientação necessária sobre como utilizar a tecnologia de forma responsável.
Para Daniela Costa, coordenadora da pesquisa TIC Educação, a novidade traz um desafio para professores, famílias e gestores escolares: “Esses recursos exigem novas formas de lidar com a linguagem, de pensar a curadoria de conteúdos e de compreender a informação. É um processo de adaptação que precisa envolver toda a comunidade escolar”, afirmou.
De acordo com ela, já há escolas promovendo debates com pais e responsáveis para discutir regras de uso da IA pelos alunos. O objetivo é evitar que as respostas prontas substituam o raciocínio crítico e a construção do conhecimento. “É fundamental que o estudante aprenda a avaliar as fontes e saiba usar a tecnologia para expandir suas estratégias de aprendizagem”, reforçou Daniela.
O levantamento, que ouviu gestores, professores e estudantes de todo o país, mostra também que o tema do uso de celulares e tecnologias digitais continua em pauta nas reuniões escolares. Muitas instituições já criaram regras mais rígidas para o uso de dispositivos móveis em sala de aula, numa tentativa de equilibrar o acesso à informação e a concentração dos alunos.
Outro ponto de atenção é a desigualdade no acesso às ferramentas digitais. Embora quase todas as escolas já tenham internet disponível, muitas ainda carecem de computadores e dispositivos suficientes para todos os estudantes. Essa realidade é mais evidente nas instituições municipais e rurais.
Além da infraestrutura, há também a necessidade de preparar os professores para esse novo cenário. O estudo aponta que o número de docentes que participaram de cursos de capacitação em tecnologias digitais diminuiu nos últimos anos. Para Daniela, essa formação é essencial: “Os professores precisam estar seguros para orientar seus alunos no uso crítico e criativo das tecnologias, especialmente agora com a inteligência artificial entrando no dia a dia da sala de aula.”
No fim das contas, a pesquisa mostra um retrato de transição: de um lado, estudantes curiosos e cada vez mais conectados; do outro, escolas e professores que ainda buscam caminhos para transformar o uso da IA em aprendizado real e responsável.
Fonte Agência Brasil