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É do Sertão pernambucano e de Juazeiro da Bahia a primeira e única biofábrica no Brasil que tem a tecnologia de produzir insetos estéreis para o combate à praga da mosca das frutas. Estamos falando da Moscamed.

A tecnologia utilizada pela Moscamed permite o controle biológico desta praga que assola a produção de frutas da região sertaneja, principalmente as culturas de mangas e de uvas de mesa. A mosca das frutas está entre as principais pragas do Vale do São Francisco, segundo a Embrapa.

As biofábricas são fábricas biológicas que produzem insetos para combater os próprios insetos, ou seja, utilizam o próprio inimigo natural para seu controle. O diretor-presidente da Moscamed Jair Virgínio ressalta que essa técnica do inseto estéril é ambientalmente segura e reduz o uso de agrotóxicos.

As moscas-das-frutas fazem parte de um grupo de pragas responsáveis por grandes prejuízos econômicos não somente pelos danos diretos que causam à produção, como também, pelas barreiras quarentenárias impostas pelos países importadores.

A realização do monitoramento e controle da mosca das frutas no Vale do São Francisco é uma exigência para exportação das frutas da região por parte dos mercados compradores, tais como os Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul, Argentina e Chile.

As moscas-das-frutas causam prejuízo de 120 milhões de dólares por ano para a fruticultura brasileira e mais de dois bilhões de dólares para a fruticultura mundial. Entre as principais culturas atacadas estão os pomares de manga e uva tanto de mesa como viníferas. Além da manga e da uva, outras frutas como acerola e goiaba também são hospedeiras do inseto.

Jair Virgínio explica ainda que a técnica do inseto estéril (TIE) foi iniciada na década 60, nos Estados Unidos, após a erradicação da mosca varejeira nos EUA, México e toda América Central.

Para combater a mosca-das-frutas, os insetos começaram a ser usados na década de 70, no México e, posteriormente, na Guatemala, nos Estados Unidos, Europa, Israel,Chile e Argentina.

No Brasil, começou a ser usado em 2005, com a instalação da biofábrica Moscamed. A empresa já atua nos polos de fruticultura irrigada de Juazeiro na Bahia e em Petrolina, no estado de Pernambuco com resultados exitosos tanto no monitoramento como no controle da mosca das frutas. Uso da técnica do inseto estéril reduz o uso de agrotóxicos e permite a exportação para países exigentes no controle de pragas como a da mosca das frutas .

Segundo o diretor-presidente da Moscamed, Jair Virgínio, o objetivo agora é a produção em escala comercial visando atender a demanda dos produtores do Vale do São Francisco.

A Moscamed foi uma  instituição escolhida pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para ser a primeira biofábrica do mundo a utilizar a tecnologia de raios-x para a esterilização de insetos, e é reconhecida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como entidade de pesquisa.

JS Agro+Conhecer / Economia

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