Pernambuco vive um momento de contrastes: O nosso futebol do interior implorando por investimentos para seus clubes, um Sport à beira do abismo, um Santa Cruz sonhando alto e um Náutico perto de renascer. Já no cenário nacional, tradição, dinheiro e surpresas se misturam em um Brasileirão que promete emoções até a última rodada.

Futebol do interior: paixão sem apoio

O futebol do interior de Pernambuco segue refém das próprias limitações e do abandono institucional. O Central mostrou a importância da Série, D: garantiu calendário, cotas e fez girar a economia de Caruaru. Mas a realidade da maioria é a do Salgueiro, que afundou em dívidas, caiu para a Série A3 e tenta sobreviver apenas com a base. Sem calendário nacional, clubes ficam até nove meses parados, sem receita, sem patrocínio e sem perspectivas. Enquanto isso, a federação e o poder público seguem omissos, deixando cidades inteiras perderem empregos, renda e identidade. O interior tem paixão, mas precisa de mais que promessas — precisa de investimento e respeito.

Sport

O Leão da Ilha amarga a pior fase de sua história recente. Lanterna do Brasileirão da Série A, perdeu para o Fortaleza em confronto direto e vê o rebaixamento cada vez mais próximo. O próximo desafio será no Maracanã, contra o Fluminense, jogo que pode definir os rumos da temporada. Para piorar, Derik Lacerda é desfalque confirmado. Fora de campo, a nova camisa em homenagem ao Recife bateu recorde de vendas, mas, dentro das quatro linhas, o torcedor segue sem motivos para sorrir. Na base, os meninos salvaram a semana: o Sub-16 conquistou o bicampeonato da Copa Carpina, e o Sub-17 goleou o Caruaru City por 7 a 0.

Santa Cruz.

No Arruda, a expectativa é gigantesca. Mais de 45 mil torcedores empurraram o time na final da Série D, mas viram o Tricolor ser derrotado pelo Barra-SC por 2 a 1, de virada. Agora, só a vitória fora de casa pode garantir o título, no sábado, em Itajaí. Nos bastidores, a SAF coral gera debates intensos, com promessas de investimento de até R$ 36 milhões em 2026, mas também com polêmicas e atrasos que colocam em dúvida o cronograma. Dentro de campo, toda energia está voltada para a decisão que pode coroar o acesso à Série C com um título nacional.

Náutico.

O Timbu vive dias de decisão. Depois de empatar com a Ponte Preta, depende apenas de uma vitória sobre o Guarani, no sábado, para retornar à Série B. A lesão do atacante Vinícius preocupa, mas a confiança é de que o grupo dê conta do desafio. Nos bastidores, o clube analisa uma nova proposta de SAF feita por um grupo argentino, que prevê R$ 400 milhões em dez anos e preserva o CT Wilson Campos, ponto visto como vantagem em relação a propostas anteriores.

O G4 do Brasileirão Série A

Enquanto isso, no cenário nacional, o topo da tabela é dominado por Flamengo, Cruzeiro, Palmeiras e a surpresa Mirassol. O Rubro-Negro lidera com a melhor defesa (12 gols sofridos) e o ataque mais positivo, mas divide atenções com Libertadores e Mundial. O Cruzeiro SAF se consolida como candidato ao título com uma campanha sólida e a estrutura renovada. O Palmeiras segue na disputa, reforçado por contratações de peso como Paulinho e Facundo Torres. Já o Mirassol, com 42 pontos, se firma como a grata surpresa da temporada, desafiando gigantes e sonhando com vaga internacional.