Comunicar para um mundo sustentável
Você pode até achar estranho beber vinho em latinhas. Mas, a mudança, mesmo que mercadológica, tem uma pegada de sustentabilidade em sua comunicação para os consumidores.
Postado em 14/12/2022 2022 19:30 , Colunistas. Atualizado em 14/12/2022 16:34
A comunicação é uma forte aliada para que empresas, instituições, governos e cidadãos possam compreender a importância da sustentabilidade no dia a dia, seguindo o tripé de respeito às pessoas, ao meio ambiente e fortalecer uma governança ética e com transparência.
As boas práticas nessas temáticas já conduz um primeiro passo rumo a um desenvolvimento sustentável, gerando riquezas para todos e todas.
Vejamos alguns exemplos já em curso aqui em nosso estado que servem de inspiração a seguir.
É de conhecimento que a utilização de matérias-primas como plásticos em algun setores industriais, se não são descartados ou reutilizados corretamente, tanto pela população como pelos empreendedores (as), vão virar problema nos aterros sanitários, esgotos, rios, canais, manguezais, córregos, oceanos. Concordam?
Nesse sentido, algumas empresas, principalmente, em sintonia com a importância da circularidade na economia e da tendência mercadológica pelo mundo já deram o pontapé para banir o plástico de suas embalagens e substituir por latas de alumínio e vidro.
No sertão do São Francisco, por exemplo, a Tropical Vitivinícola Brasil, localizada em Santa Maria da Boa Vista, lançou recentemente latinhas de 260 ml, inicialmente de vinhos frisantes.
Você pode até achar estranho beber vinho em latinhas. Mas, a mudança, mesmo que mercadológica, tem uma pegada de sustentabilidade em sua comunicação para os consumidores.
O enólogo e diretor Comercial da empresa, Evandro Giacobbo, conversou com a coluna e, de fato, confirmou que a iniciativa foi em princípio seguir as tendências econômicas e do mercado.
Mas, segundo ele, significa também, redução de custos com transporte e logística. Isso porque as embalagens em latas consomem menos espaço e, portanto, menos carretas nas estradas para transportar, o que implica em menor emissão de CO2 na atmosfera.
Sem falar que a lata de alumínio é a embalagem mais reciclada do mundo.
Pernambuco sai na frente
A pegada de sustentabilidade da Vitivinícola sertaneja é inédita e Pernambuco sai na frente, se comparado a grandes regiões no Brasil produtoras de vinhos, sucos de uvas, frisantes e espumantes, que ainda são reticentes em aderir às latinhas.
Vale pontuar que além de boas práticas, as latas de alumínio são infinitamente recicláveis e ganham um ponto extra no quesito sustentabilidade, já que o Brasil detém uma das maiores taxas de reciclagem de latas no mundo, alcançando os 97%.
Case de circularidade
Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas) as latinhas de alumínio no Brasil já são feitas de 80% de alumínio reciclado.
O restante do alumínio reciclado vira produto de maior valor agregado. Olha aí, a boa notícia: gera economia e negócios. Não vai pro lixo.
Uma curiosidade: Em outros países da América do Sul como Argentina, Chile, os índices de reciclagem são bem menores, de 79% e 33%, respectivamente.
O Brasil só se compara com a Alemanha no percentual de reciclagem de latas, entretanto o mercado do país europeu é de 4 bilhões de latas e, no Brasil, representa 33 bilhões.
Ainda, segundo a Abralatas, o Brasil é o 3º maior mercado mundial de latas de alumínio para bebidas, atrás somente da China e dos Estados Unidos. Que bom. Menos latinhas no lixo.
Do sertão a Fernando de Noronha
Outro exemplo também em Pernambuco está em processo de construção no arquipélago de Fernando de Noronha: o Lab Vadelata Pelo Planeta, 1º Laboratório de Economia Circular do Brasil.
É uma iniciativa da multinacional americana Ball Corporation, maior produtora de latas de alumínio do mundo, em parceria com a administração da ilha de Fernando de Noronha e o consórcio Noronha Pelo Planeta, formado pelas instituições CBC, InterCidadania – IC, Circularis e SinsPire.
O Lab Valelata centralizará a coleta das latas de alumínio da ilha e pretende, com isso, ajudar a economizar parte do R$ 1 milhão que o poder público gasta, por mês, só para levar o lixo da ilha para o continente.
É isso por essa semans. Ações que merecem ser compartilhadas para gerar mudanças em nosso planeta, na cidade, no bairro, em nossa comunidade. Comunicar por um mundo mais sustentável.
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