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Pernambuco, 23 de julho de 2024

Educação

O essencial às letrinhas “ESG”

A terceira letra, a G,  ainda não tem recebido a devida atenção de parte do mercado

Postado em 10/05/2023 2023 20:51 , Educação. Atualizado em 10/05/2023 21:01

Jornalista ,

A coluna recebeu semana passada uma sugestão do CEO e fundador da Incentive.me, Jansen Moreira, que trouxe um viés interessante dentro das famosas letrinhas: ESG (em nosso idioma refere-se  à Governança ambiental, social e corporativa).

Pois bem. Jansen Moreira comenta inicialmente para dar início ao seu raciocínio o caso das Americanas, que anunciou um “rombo” superior a R$ 40 bilhões em dívidas, e resultou num pedido de recuperação judicial. 

Para o CEO, no contexto atual de mercado, a pauta ESG tem ganho uma relevância para as organizações, no entanto, o que se observa é que a terceira letra, a G,  ainda não tem recebido a devida atenção de parte do mercado, fator que, segundo ele, gera recorrência de casos problemáticos no que diz respeito ao sistema organizacional das companhias.

A importância da letra “G”

A definição de Governança Corporativa, segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselhos de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle.

Divulgação

Sendo assim, “a adoção dessa prática representa uma maior transparência na gestão de uma organização, expondo a integridade ética, a equidade, a responsabilidade administrativa, o senso de justiça e a exatidão na prestação de contas”,reforça Jansen.  

Mercado vem se transformando com apoio da tecnologia

Para o CEO da Incentive-me, uma startup de tecnologia para gestão de campanhas de incentivo de vendas, diante desse conceito, além do recente caso envolvendo a Americanas, o mercado como um todo parece finalmente ter se dado conta da importância de estruturar uma governança corporativa de forma assertiva. 

Prova disso, é que existe um claro movimento entre as grandes corporações de revisitar o seu gerenciamento interno por completo, sobretudo na questão financeira, com o objetivo de erradicar possíveis falhas. 

E essa garantia, segundo Jansen Moreira, só é possível de se conquistar com o apoio da tecnologia. Somente por meio da automatização do cálculo que as empresas podem assegurar a realização dos pagamentos de forma correta e controlada, diferentemente do que acontece no caso de corporações que permanecem com o cálculo de remuneração manual.

 “Essas ficam sujeitas a erros, necessidade de refação, gastos desnecessários, além de possíveis multas e sanções, afetando em muitos casos também a sua reputação perante o mercado”.

Hora de agir

Se a revisita e aperfeiçoamento da governança corporativa já faz sentido pelos benefícios proporcionados por si só, o cenário atual traz ainda mais senso de urgência. Isso porque, o caso da Americanas trouxe à tona uma lacuna de punibilidade para as corporações que não vem seguindo à risca os padrões de governança corporativa. 

“O que podemos aprender com toda essa polêmica envolvendo a Americanas é de que o conceito de ESG sem o G não funciona, uma vez que a governança é a base de funcionamento para qualquer empresa. Além de clareza e transparência, ela traz mais rentabilidade e lucro”.

Ensinando a Governança

Coincidência pertinente foi o convite recebido pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), em Pernambuco, sob a presidência do consultor e auditor José Emílio Calado, nesta quarta-feira (10), para uma palestra com o especialista em empresas familiares, fundador e sócio da AJA Governança e Sucessão, Antônio Jorge Araújo.

Questionado, Antônio Jorge, corrobora em parte com a ideia do CEO da Incentive-me, mas vai além:

“É uma verdade, mas tem que haver uma uniformidade nas três palavras mágicas contidas na sigla ESG. De fato, existe o social, o ambiental. Mas, acredito que falta mais assertividade nas três letras“, reforça. 

A governança nas empresas está até mais avançada, avalia Antônio Jorge, por conta da preocupação financeira e da preocupação legal. 

Vejo que as questões de sustentabilidade ambiental e as questões sociais estão muito tímidas. É preciso avançar nessas três frentes e na integração entre elas: o social, o ambiental e a governança. Acho que estamos muito carentes e requer muito esforço para alcançar o estágio necessário nessas áreas“, avalia o especialista. 

Para Antônio Jorge, existe muito  discurso e muita comunicação,  publicidade desses assuntos, “mas muito pouca realização e muito pouca efetividade. Temos muito que avançar”.

Sugestões favor enviar para lucianacarneiroleao@gmail.com