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O São João é uma tradição tipicamente nordestina. Comunidades urbanas e rurais acendem fogueira, fazem quadrilha, preparam as comidas à base de milho e celebram com alegria. No entanto, no Sertão, esta festa tem um sabor todo especial. Especialmente nas comunidades rurais as fogueiras, as quadrilhas, a simbologia da festa é vivenciada com mais intensidade. Além da fé, a tradição junina é muito forte na cultura e no modo de vida do sertanejo. “Santo Antônio disse, São Pedro confirmou. Vamos ser compadres que São João mandou”. Com essas palavras, ditas em redor da fogueira de São João, é celebrada uma importante manifestação de solidariedade.

Reza a tradição, que é no calor das chamas da fogueira de São João, que os sertanejos se tornam compadres e afilhados. Ritual parecido acontece no dia de São Pedro, o “derradeiro”, como dizem os sertanejos , Santo junino a ser celebrado. No momento do juramento, Pedro é o primeiro a ser invocado e a quadrinha repetida é: “São Pedro dormiu, São João acordô, Vamo sê cumpadre que São Pedro mandô”.

Há ainda o caso em que um menino convida uma pessoa adulta para ser seu padrinho. Neste caso, o juramento é o seguinte: “Eu juro por São João, por São Pedro e São Paulo e todos os santos da corte do céu que o sinhô vai sê meu padrim e eu vô sê seu afilhado que São João mandou”. O afilhado repete três vezes: vai sê meu padrim, e o padrinho diz: “vai sê meu afilhado”.

Este ano, devido à pandemia da Covid-19, não será possível acender fogueira, botar a quadrilha na palhoça e soltar fogos no terreiro. Mas o espírito junino está aí, nas suas raízes, e pode ser celebrado com milho cozido, canjica, pamonha, forró e muita e festa.