Prof. Diedson Alves Mestre em Ciência da Educação

“Política é tudo o que se relaciona à busca de ações para o bem estar tanto individual como coletivo” Aristóteles

Assim nasce a política, numa perspectiva materializada na Grécia Antiga pelo filósofo Aristóteles, algo que vai além de uma disputa partidária, de uma eleição, de um voto, é algo que está inserido no cotidiano de uma sociedade: O caminhar na rua, pegar um coletivo, abastecer o veículo, sentar numa praça, ir a um posto médico, impactar-se ou não, diante de índices sociais e econômicos gritantes como: desemprego, desigualdade social, fome, alto custo de vida, inflação, violência dentre outros.

Essas “pequenas atividades” corriqueiras ficam em segundo plano, logo que se encerra um pleito e ganham notoriedade, ganham força, a cada aproximação de uma nova eleição, ou seja, o valor dado à política partidária é muito maior que as ações diárias, os embates que ocorrem principalmente nas assembleias federais, estaduais e municipais, é uma fase morna, sem grande importância, um comentário aqui, outro ali, mas nada que chegue próximo ao que estamos vivenciando à aproximadamente três meses das eleições.

Isso deixa a nossa democracia ainda mais em crise, frágil, ameaçada, pois a mesma não é fortalecida no dia a dia, nas pequenas ações, na fiscalização efetiva dos nossos representantes. Principalmente quando se analisa a trajetória histórica do “governo do povo” que na perspectiva do historiador Leandro Karnal já nasceu em crise.

“No Brasil, a democracia já nasceu na UTI, sempre está em risco em todo lugar, mas, no nosso país, ela já nasce na UTI, por conta do analfabetismo funcional e dos excluídos, entre outras causas. Na avaliação do historiador, a democracia no país se consolidou com a Constituição de 1988 que, apesar de corrigir erros históricos como a introdução do crime de racismo como inafiançável e imprescritível, ainda é interpretada como sendo algo definitivo”

Assim, ao contrário do que escreveu o dramaturgo Bertolt Brecht que sejamos um alfabetizado político. Que ouve, que fala, que participa efetivamente dos acontecimentos políticos. Que sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem de decisões políticas.