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Pernambuco, 28 de março de 2024

Economia

Polo Moveleiro de Afogados da Ingazeira exporta para todo o Nordeste

Genuinamente Sertaneja, a Fábrica de Móveis São Carlos completa 35 anos de pioneirismo e atua em todos os estados do Nordeste. A pandemia, com mais pessoas em casa, aqueceu a procura por mobiliário doméstico. Com a alta demanda, falta matéria-prima.

Postado em 03/03/2021 2021 14:26 , Economia. Atualizado em 03/03/2021 16:14

Jornalista ,

Foto: Reprodução Internet

Pioneirismo na Fabricação de Móveis em Pernambuco

A Móveis São Carlos está completando 35 anos e faz parte do Polo moveleiro afogadense. A fábrica atua no segmento de móveis seriados, em larga escala, incluindo conjuntos para sala de jantar, decoração, armários, poltronas, passadeiras e fruteiras. Para apresentar a história de pioneirismo e reconhecimento da exitosa trajetória, o Jornal do Sertão entrevistou Guilherme Brito, diretor administrativo da Móveis São Carlos. “Ela, na realidade, é originária de outras empresas no segmento e, ao longo do tempo, a gente criou a Móveis São Carlos derivadas de outras empresas. A história toda começa em 1986, na época era na madeira; a estrada daqui até Recife o trecho era no chão e os três primeiros anos foram de muito sacrifício e muita dificuldade”, explicou.



Brito relata que com o passar dos anos, através de dedicação e esforços, a situação melhorou. “Com o tempo foi pegando o know-how (habilidade e conhecimento), principalmente comercial em termos de desenvolver o produto. A gente conseguiu, assim, realmente entrar em um caminho mais vitorioso.” 

Migração da madeira para o MDF 

Ele explicou que, em 2000, após 14 anos trabalhando fortemente com madeira, surgiu a necessidade de começar a migração para o MDF. “A madeira começou a ficar cada vez mais cara e mais difícil. A gente trabalhava com um refugo da exportação, então ficou cada vez mais inviável e a gente começou essa migração aos poucos, porque o maquinário é totalmente diferente. Foram anos muito complicados, a gente teve que buscar recursos em bancos para conseguir manter essa transformação. Mas foi uma direção que ao longo do tempo deu certo e a gente conseguiu desenvolver bem nos anos 2000”, enfatizou Brito.

O diretor da fábrica esclarece as diferenças entre a atuação da Móveis São Carlos e os móveis planejados. “O nosso foco são móveis seriados, diferente de móveis planejados, pois muitas pessoas acham que as fábricas são parecidas e as máquinas são iguais, mas não. A gente desenvolve um catálogo de produtos e vende em larga escala, diferente de fazer um móvel planejado que é totalmente sob medida e personalizado para cada cliente.”

Referência em todo o Nordeste

Com atuação em todos os estados nordestinos, é comum encontrar móveis com a marca sertaneja nas capitais e cidades do interior. Produtos de qualidade com o selo Móveis São Carlos já são uma tradição há décadas e estão em milhares de residências do Sertão ao litoral. “Nossa fábrica é especializada em sala de jantar, mesa e cadeira. Temos um leque de produtos nesse nicho de mercado, desde o primeiro preço com os conjuntos mais populares até um conjunto de classe média alta. A gente atende todo o Nordeste, como a matéria-prima vem do sudeste, então fica complicado a gente conseguir competir com o pessoal que já está lá, por isso que a gente fica focado no nordeste; que é para conseguir fazer um trabalho de excelência aqui na nossa região”, diz o diretor.



Mais vagas de trabalho na Pandemia

Durante o período da pandemia, a fábrica de móveis de Afogados da Ingazeira ampliou o número de funcionários, reflexo da grande procura por móveis nas lojas especializadas. “Hoje a fábrica, com a cena de consumo em abundância, está com 135 funcionários, mas normalmente temos apenas 95. Com o auxílio emergencial e alta procura dos clientes, tivemos uma grande demanda. Mas o jogo está virando, já estávamos esperando uma ressaca dessa onda de consumo. Nossa maior preocupação é nesse período após março o que a economia nos reserva, então já está se materializando aquilo que prevemos: escassez de venda no comércio”, relata Guilherme Brito.

Setor enfrenta desafios com a falta de matéria-prima

Após a divulgação de novas parcelas do auxílio emergencial previstas pelo Governo Federal, a expectativa é de reaquecimento do comércio. Apesar da crise vivenciada, a fábrica de Móveis São Carlos não se abate e supera os desafios. “Como sempre, essa não é a primeira crise que a São Carlos passou, nem vai ser a última. A gente procura ter muita resiliência e se adaptar ao que o cenário que o mercado nos traz. Estamos desenvolvendo melhorias de produtos, criando novidades para que a gente consiga passar por essa fase agora que é desafiadora.” 

Brito também esclarece que há falta de matéria-prima, um grande desafio não só para a fábrica de móveis afogadense como em todo o país. “Um problema atual do segmento é que, apesar de anteciparmos o pagamento, os fornecedores estão sem matéria-prima. Além do aumento no valor, mesmo que você pague antecipado, o problema não é dinheiro ou crédito, mas realmente a falta de matéria-prima. Estamos na expectativa de desenvolver produtos e conseguir fortalecer essas parcerias com fornecedores, infelizmente não está fácil nesse momento”, finaliza.