Silvia Graciliano Turismóloga pela UFPE

Se você ainda não ouviu falar do Slow Travel, ou slowtourism, traduzido literalmente como turismo lento, você seguramente ouvirá falar. Talvez você já esteja até praticando e ainda nem se deu conta.

Esse tipo de viagem origina-se do movimento denominado slow food, que foi formado em 1980 na Itália durante os protestos contra a abertura de um McDonald’s em Roma, a fim de proteger a culinária regional, a comida tradicional e a agricultura local. Como resultado, o movimento lento surgiu e é principalmente sobre conexão com lugares, moradores e sua cultura.

Slow Travel – devagar, sem pressa, a experiência será muito mais enriquecedora | Por Silvia Gracilianoo que os turistas fazem no destino visitado. Essas características demonstram um perfil de turista mais consciente da importância da interação visitante e visitado.

De um modo mais claro, o slow travel pode ser conceituado como um modo de viajar devagar, com ênfase nas viagens que prioriza a conexão: com as pessoas locais, com as culturas, com a comida, com a música etc. Baseia-se na ideia de que uma viagem é destinada a educar e proporcionar um impacto emocional positivo, ao mesmo tempo em que se mantem sustentável para as comunidades locais e o meio ambiente. Não é só uma maneira de viajar, é uma mentalidade. É a perspectiva de que a qualidade dasexperiência é mais importante do que a quantidade dessasexperiências quando você viaja.

Os mesmos autores citados acima, trazem que o movimento slow travel propõe, ao menos em tese, nova relação do homem, consigo, com seu meio, seus sistemas de produção, de concepção de valores e de ordenamento institucional, tudo isso a partir da transformação da relação da sociedade com o tempo. Dessa forma, no cenário pandêmico atual e de preocupação com questões sanitárias e saúde, o slow travel emerge como uma alternativa de se fazer um turismo, de forma mais segura e individualizada.

Embora alguns estilos de viagens e perfil dos viajantes já vinham apresentando evoluções de base comportamental, onde turistas procuram destinos mais exclusivos e viagens mais personalizadas, distanciando-se do turismo de massa, a chegada da pandemia acelerou esse processo e parece respaldar o que alguns teóricos chamam de turismo alternativo, e é nessa prática que o slow travel se acomoda e ganha força.

E nem pense que por ser definido como um turismo lento, mais imersivo, serão viagens fisicamente lentas e chatas. Nada disso! Refere-se à atitude interna e consciente de como e no que gastar, durante a viagem. Além disso, quando você mergulha em um determinado local, muitas novas atividades se tornarão aparentes – lugares que você provavelmente não teria descoberto através de pesquisas típicas da Internet!

Na sua próxima viagem, experimente diminuir o ritmo, se abra a novas experiencias, aproveite para aprender algo novo, seja uma comida típica do local, seja fazer algum artesanato, conhecer moradores que carregam um museu nas suas histórias orais. Isso é o slow travel. ou melhor o turismo lento, apreciando…

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