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Pernambuco, 01 de dezembro de 2024

Agronegócios

Programa Prospera fortalece cadeia produtiva de milho do sertão ao litoral pernambucano

A iniciativa já impactou cerca de 880 agricultores no estado com treinamentos e orientações sobre o sistema produtivo de alto rendimento de milho  

Postado em 23/08/2022 2022 14:52 , Agronegócios. Atualizado em 23/08/2022 16:08

Jornalista ,

Foto Divulgação

Quando em 2017, três grandes empresas tradicionais do agronegócio no mundo a Corteva Agriscience, Massey Ferguson e Yara Brasil se juntaram e criaram o programa Prospera para desbravar a produção do milho para os pequenos produtores do Nordeste, escolheram Pernambuco, para dar o pontapé à iniciativa. 

Do litoral ao Sertão do Estado, hoje já são 880 produtores rurais beneficiados com as melhores tecnologias e práticas para a produção do grão, até então, cultivados sem nenhum manejo estruturado. Se antes, esses produtores plantavam menos do que cinco sacas do produto, apenas para consumo familiar, agora chegam a uma produtividade média de 120 sacas por hectare. 

Marcelo Gobitta, gerente de Cadeia de Alimentos da Yara Brasil| Foto Divulgação

A meta prevista pelo Prospera é atingir 150 sacas para cada núcleo de pequeno produtor em todo o Nordeste. Em entrevista exclusiva ao Jornal do Sertão, Marcelo Gobitta, gerente de Cadeia de Alimentos da Yara Brasil, uma das mantenedoras do Programa, prevê que esse objetivo vai ser alcançado ao anunciarem recentemente a expansão para outros estados nordestinos: Ceará, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte.

“O Nordeste era uma região onde o pequeno produtor rural não tinha acesso às tecnologias de alta produtividade do milho. Mesmo em regiões de instabilidade climática, como o Sertão, hoje se produz milho a partir de  diferentes sementes híbridas e dispostas em lavouras sob condições variadas de solo, clima e nutrição e sob supervisão da equipe Prospera e demais apoiadores do programa”, disse Gobitta.  

Entre os parceiros do Prospera estão a Ong Global Communities, instituições federais de ensino superior, universidades, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Abramilho- Associação Brasileira dos Produtores de Milho.

Em Serra Talhada, no sertão pernambucano, o engenheiro agrônomo e professor titular da UFRPE/UAST, Geraldo Eugênio, é um dos grandes entusiastas da cultura do milho e apoiador do programa Prospera. “São exemplos exitosos que mostram que quando há a sinergia entre o acesso ao conhecimento, a tecnologia, os pequenos produtores rurais as utilizam e as alternativas surgem a partir de uma demanda existente de mercado”, pontua Eugenio.

Engenheiro Agrônomo Geraldo Eugênio

Para contribuir para a autossuficiência entre produção e consumo de milho no Nordeste, o Prospera fomenta a adoção de tecnologias e a capacitação dos pequenos agricultores em técnicas modernas de plantio e comercialização dos grãos. Esta transformação proporciona a expansão de renda dos agricultores, que reinvestem o lucro na lavoura seguinte, fomentando o desenvolvimento de suas comunidades. Essas lavouras do programa Prospera são monitoradas via satélite, auxiliando no acompanhamento do seu desenvolvimento e decisões de manejo. 

“O Prospera tem o objetivo de capacitar os produtores para que eles tenham lavouras de alto rendimento ampliando, assim, a produção de milho no Nordeste”, acrescenta Marcelo Gobitta, da Yara Brasil.

Dia de treinamento no campo| Foto Divulgação

Segundo o executivo, em cinco anos, o programa pretende impactar 50 mil agricultores na região Nordeste. A partir de Pernambuco desde 2017, chegou ao Ceará no início de 2022, e nos próximos anos o programa atenderá também os estados de Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte. 

Os cinco estados envolvidos no Programa produzem atualmente cerca de 900 mil toneladas de milho, enquanto a demanda local pelo cereal é de 6,6 milhões de toneladas, segundo a Conab,  vinda principalmente de aviários e pecuaristas locais, em especial para alimentação animal do gado de leite e de corte. 

“Temos no Prospera o conhecimento de três grandes empresas que trabalham entre si, por meio de suas expertises e conseguimos através do uso de tecnologia de ponta mais genética e nutrição à planta levar insumos aos pequenos produtores rurais”, complementa Gobitta.



No Ceará, milho e cajueiro em sinergia

No Ceará, onde o Programa deu início este ano, 1200 agricultores rurais foram capacitados, na região de Ocara e contemplaram produtores de Limoeiro do Norte, Iguatu e Porteiras. Em Ocara, o Programa apresenta a lavoura de milho consorciada com o cajueiro, um dos principais cultivos do estado. “Esse sistema de produção viabiliza o aumento de nutrientes no solo e sua conservação, e a melhor adaptação, conservação e aproveitamento das culturas, incrementando o potencial produtivo da área e uma maior rentabilidade para o produtor rural”, acrescentou Gobitta. 

Gobitta acrescenta ainda que a  equipe do Prospera conta com a ajuda de multiplicadores locais que atuam na identificação de produtores rurais que podem se beneficiar da iniciativa, como líderes comunitários, integrantes de cooperativas, universidades entre outros. Os agricultores envolvidos passam a conhecer tecnologias com potencial para elevar a produtividade, sobre sementes de milho, defensivos agrícolas, fertilizantes e máquinas agrícolas, e a receber treinamentos teóricos e práticos das empresas mantenedoras, encontros presenciais, dias de campo e eventos virtuais.

‘O importante no Prospera é seguirmos empenhados em apoiar os produtores a elevar a produtividade e rentabilidade das lavouras de milho, seja por meio do conhecimento agronômico, das soluções nutricionais ou das ferramentas digitais que auxiliem os produtores a produzir mais e de maneira sustentável e assim, agregar valor em toda a cadeia do alimento”, completa Marcelo Gobitta, Gerente Food Chain da Yara Brasil. 

 

 

 

Por Luciana Leão |  Especial para o JS