Como as Empresas são “Feitas para Durar “
“Feitas para Durar” de Jim Collins e Jerry I. Porras é um livro que fala sobre como construir empresas que produzam um impacto distinto no mundo, a tal ponto que se deixassem de existir, não poderiam ser facilmente preenchidas por outras. Sua primeira edição foi em 1994, e até os dias atuais, quase um quarto […]
Postado em 16/02/2021 2021 15:00 , Educação. Atualizado em 16/02/2021 10:27
“Feitas para Durar” de Jim Collins e Jerry I. Porras é um livro que fala sobre como construir empresas que produzam um impacto distinto no mundo, a tal ponto que se deixassem de existir, não poderiam ser facilmente preenchidas por outras. Sua primeira edição foi em 1994, e até os dias atuais, quase um quarto de séculos, permanece como best-seller.
Fiz uma primeira leitura em 2007. Agora, releio e verifico a obra como um exemplo de buscar ideias de gestão para empresas inovadoras e escrevo com outra cabeça, mais focada em empresas como chave do sucesso.
Os autores mostram por meio de suas pesquisas que o sucesso de uma corporação não está na presença de líderes visionários, carismáticos, em grande ideias, em CEO fantásticos, em produtos inovadores, ou estratégias brilhantes. Eles defendem que a empresa em si já é uma criação ao soberana de um negócio duradouro. Assim se formam as empresas visionárias.
Jim Collins e Jerry Porras do alto de suas autoridades como professores da Universidade de Standard e autores consagrados de best-sellers, destacam que, em cursos de gestão estratégica e empreendedorismo, as escolas de negócios ensinam a importância de começar primeiro e, antes de mais nada, com uma boa ideia e uma estratégia de produto/mercado bem desenvolvida, para só então pular pela janela da oportunidade, antes que feche.
Mas as pessoas que construíram as empresas visionárias, em sua maioria, não pensaram e agiram dessa forma. Em grande parte dos casos, suas decisões surpreenderam as teorias ensinadas nas escolas de negócios
O produto é um veículo para a Companhia
Uma das observações dos autores que destacaria é que, antes de tudo, pense na empresa que tem produtos e não produtos que tem uma empresa. Portanto, logo no início da pesquisa, precisamos rejeitar a grande ideia e a estratégia brilhante como opções para explicar o sucesso corporativo e considerar um outro ponto de vista. Temos que colocar uma outra lente para ler o mundo de trás para frente.
Dessa forma, precisamos deixar de entender a companhia como veículo para o produto e começar a entender o produto como veículo para a companhia, assinalam os autores.
Abraçamos a diferença crucial entre marcar o tempo e fazer a hora e aí me faz lembrar a música de Geraldo Vandré “quem sabe faz a hora não espera acontecer”.
O que são empresas visionárias
Mas o que são empresas visionárias , perguntam Jim Collins e Jerry Porras no livro? E respondem de forma contundente:,são corporações líderes — a nata — em seu mercado, que inspiram as outras e impactam significativamente o mundo.
A característica crucial de uma empresa visionária é ser uma organização — uma instituição que está acima da visão do seu fundador , uma ideia brilhante, de um líder carismático ou de um produto fantástico.
E lembram: todo líder, não importa o quão carismático e visionário seja, morrerá um dia; e todos os produtos e serviços visionários — todas as “ideias revolucionárias” — serão superadas. Na verdade, setores inteiros se tornarão obsoletos e se extinguirão.
Contudo, as empresas visionárias prosperam por um tempo desmedido, superando as incontáveis gerações de líderes e os ciclos de vida de seus produtos. Considere por um momento as empresas que você julga visionárias; pense em cinco a dez que obedeçam aos seguintes critérios:
1.É uma organização líder no setor
2. É muito admirada por empresários entendidos da área
3. Marcou o mundo de forma inextinguível
4.Teve diversas gerações de bons líderes
5.Passou por muitos ciclos de vida de produtos ou serviços.
Agora Analise as empresas que listou.
Quais de seus aspectos particularmente o impressionam? Observou algo em comum? O que explicaria sua essência e produtividade vitalícia? Como diferem de outras empresas que tiveram as mesmas oportunidades, mas não atingiram o mesmo status?
Em um levantamento que durou seis anos, os autores identificaram e pesquisaram sistematicamente o desenvolvimento histórico de algumas empresas visionárias, para descobrir o que as destacam de um grupo minuciosamente selecionado de empresas e quais fatores estruturais as fizeram perdurar por tanto tempo.
Essas companhias entrelaçam o tecido social de modo a tornar impossível imaginar o mundo sem elas, além de gerar retornos financeiros de longo prazo.Tornaram-se a estrutura da sociedade, lembram os autores.
E quais os fatores críticos dessas empresas
Nada poderia estar mais longe da verdade. Para ser feita para durar, uma empresa precisa ser feita para mudar. O conceito fundamental de Feitas para Durar é a dinâmica yin-yang presente na dupla preservação da essência e fomento do progresso.
Vencem a ditadura do Não à “Ditadura do OU” (abrace a “filosofia do E”)
Você notará em todo o restante deste livro que usamos o símbolo yin/yang da filosofia dualista chinesa. Nós o selecionamos para representar um aspecto muito importante das empresas altamente visionárias: elas não se oprimem pelo que chamamos de “Ditadura do OU” — a visão racional que não aceita o paradoxo, que não coexiste com dois conceitos, forças ou ideias contraditórias. A “Ditadura do OU” leva as pessoas a acreditar que a resposta deve ser A OU B, e nunca os dois. Ela contrapõe: “Mudança OU estabilidade criativa OU consistência e controle”. “Visar o futuro OU o curto prazo.”
“Planejamento metódico OU busca pelas oportunidades.” “Multiplicar o lucro dos acionistas OU fazer o bem para o mundo.” “Ser idealista (orientado por valores) OU pragmático (orientado pelo lucro).” Em vez de serem oprimidas pela “Ditadura do OU”, as empresas amplamente visionárias se libertam por meio da “Filosofia do E” — a capacidade de agregar ambos os extremos de várias dimensões ao mesmo tempo. Em vez de escolher entre A OU B, buscam uma maneira de ter A E B.
Para essas empresas, a questão crítica é: “Como podemos fazer melhor amanhã do que fizemos hoje?”
Uma empresa visionária nunca se pergunta “como estamos nos saindo” ou “como podemos acompanhar a concorrência?”. Isso é um estilo de vida, o desempenho excepcional não é uma meta, mas um subproduto de um ciclo interminável de auto-estímulo. Na verdade, o foco das empresas visionárias está em vencer a si mesmo. E o livro jogou por terra vários mitos que surpreenderam muita gente. Alguns desses mitos são:
》Você precisa de uma boa ideia para montar uma grande empresa;
》É fundamental ter um líder carismático;
》Maximizar os lucros é o objetivo principal das empresas visionárias;
》Para ser uma das empresas feitas para durar, é preciso destruir a concorrência;
》Trazer CEOs de outras empresas ajuda a evoluir a organização.
Quem é Aloísio Sotero: Diretor de Programas de Lifelong Learning da BAEX e mentor de Negócios Digitais no Brasil e no exterior. Foi CFO e co-fundador da wine.com.br, o maior e-commerce pure play da América Latina. Já realizou projetos para a Gazeta Mercantil (SP), investnews (Portugal), Duty-free (Suiça),Wine(SP), Academia Europea di Firenzi (Itália) Foi professor convidado nos Programas Study Abroad de Economia Digital na Itália.